Dias depois de dizer que estava refazendo o pedido para encerrar o Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA) na Suprema Corte, o presidente Donald Trump afirmou que abrirá caminho para a legalização dos cerca de 700 mil imigrantes beneficiários do programa. 

A declaração feita em uma entrevista na televisão na sexta-feira, 10 de julho, ocorre quase um mês depois que a Suprema Corte o impediu de eliminar esse programa, que protege da deportação imigrantes que chegaram aos EUA sendo menores de idade.

“Vou fazer uma grande lei de imigração”, disse Trump em entrevista a José Díaz-Balart na Telemundo. “Um dos aspectos da lei será o DACA, vamos ter um caminho para a cidadania”, enfatizou duas vezes. “Vou enviar uma lei como ordem executiva”, acrescentou. Quando o jornalista lhe perguntou se estava se referindo a um projeto de lei (a ser analisado pelo Congresso) ou a uma ordem executiva (decreto), esclareceu que se referia a uma ordem executiva.

O porta-voz da Casa Branca Judd Deere esclareceu na sexta-feira que qualquer ordem executiva não incluiria anistia. 

“Como o presidente anunciou hoje, ele está trabalhando em uma ordem executiva para estabelecer um sistema de imigração com base no mérito para proteger ainda mais os trabalhadores dos EUA. Além disso, o presidente disse há muito tempo que está disposto a trabalhar com o Congresso em uma solução legislativa negociada para o DACA, que poderia incluir a cidadania, juntamente com uma forte segurança nas fronteiras e reformas permanentes baseadas no mérito. Isso não inclui anistia”, disse Deere em uma declaração obtida pelo The Hill. 

Desde que entrou na presidência, Trump tenta rever a questão desses jovens. Por três vezes foi derrotado pela Suprema Corte. Como candidato, já emitiu diferentes opiniões sobre o programa que tem amplo apoio nos Estados Unidos, tanto como apoio como contra, chegando a afirmar que eles tinham de sair do país.

No dia 18 de junho, a Suprema Corte decidiu que o governo Trump falhou em dar uma justificativa adequada para o término do programa, conforme exigido pela lei federal, mas deixou claro que o presidente tem autoridade para rescindir o programa criado pelo ex-presidente Barack Obama em 2012.

Trump chegou a utilizar a ameaça de deportação desses jovens como moeda de troca em várias negociações políticas, inclusive com a construção do muro. Agora, em novo tom, o destino de milhares de “dreamers” pode ser a cidadania. 

“Estamos trabalhando nas complexidades legais agora, mas vou assinar uma lei de imigração muito importante como ordem executiva que a Suprema Corte agora, por causa da decisão da DACA, me deu o poder de fazer isso”, disse na entrevista. Com informações da Associated Press. 

Brasileiros que vivem sob o DACA

Em entrevista ao Gazeta News, a paraense Emilly de Souza, 21 anos, inscrita no DACA há quase 5 anos, considera o programa uma das melhores coisas que já foi feita pelos jovens imigrantes nos Estados Unidos e vê seu encerramento como um pesadelo e um retrocesso. “Com o DACA, não somente eu, mas vários outros jovens, podemos pensar em ter uma carreira e uma vida melhor nos Estados Unidos. O fim dele é um pesadelo pra nós porque agora vamos ter que praticamente recomeçar do zero. Tudo o que já conquistamos até aqui, como por exemplo, os cursos e os direitos, vamos perder”, relata. A jovem está no segundo ano do curso de Criminal Justice na Banker Hill Community College em Charlestown (MA) e diz que conseguiu o estudo graças ao programa. Leia mais sobre brasileiros no programa aqui. 

 

 

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Fonte: Gazeta News