Polêmica começou com deportação de haitianos. Foto: aljazeera.com

O porta-voz do Aeroporto Internacional de Miami, que teria afirmado em entrevista ao Miami Herald, no domingo, que dois voos levando imigrantes deportados à América Latina foram fretados pelo ICE (U.S. Immigration and Customs Enforcement) – retirou sua declaração na segunda-feira, 20, afirmando “que havia cometido um erro e que os voos foram realmente fretados pela Royal Caribbean”.

“Eu cometi um erro. Minhas desculpas”, disse Gregory Chin, porta-voz do MIA, na segunda-feira, 20. “Eu estava no meio de outro assunto quando você me perguntou sobre os voos.”

A controvérsia envolve voos que levavam 42 brasileiros deportados para Manaus, e 34 hondurenhos para San Pedro Sula, Honduras. Os voos fretados foram operados pela Swift Air, uma empresa contratada pelo ICE, e decolaram por volta das 13h e das 19h, no domingo, 19. Quando um repórter do Herald perguntou a Chin se o Departamento de Aviação de Miami-Dade foi notificado pelo ICE sobre os voos, Chin disse que sim.

Na segunda-feira, 20, Chin enviou um e-mail ao Herald dizendo que ele havia se equivocado. “Você então perguntou se a ICE notificou o MDAD, ao qual eu respondi que sim, apenas porque tínhamos informações sobre o voo, mas não porque eu sabia que a ICE havia fretado o voo”, justificou Chin. Ele afirma que presumiu que os voos eram fretados pelo ICE.

Uma semana antes ocorreu outra polêmica envolvendo deportações em massa, dessa vez para o Haiti. O ministro das Relações Exteriores do Haiti, Claude Joseph, que tem tentado fazer com que as autoridades americanas desacelerem as deportações para que o país possa se preparar melhor para a recepção de repatriados, também entrou em cena, à medida que dezenas de cidadãos haitianos continuam sendo enviados de volta ao país.

Depois que mais de 60 haitianos foram deportados no início de abril, 27 membros da Câmara dos Deputados dos EUA enviaram uma carta aos líderes pedindo que qualquer futuro pacote de resposta ao coronavírus impeça o governo de deportar cidadãos haitianos, pelo período da pandemia.

A carta indicava que, além da pandemia, o Haiti já está enfrentando uma situação em que seu presidente está governando por decreto, a economia está em frangalhos e enfrenta uma crise humanitária, incluindo a fome, após os repetidos protestos violentos do ano passado que forçaram as escolas e empresas fechem por meses.

Na segunda-feira, a Reuters informou que pelo menos três pessoas que estavam no voo de deportação mais recente dos EUA para o Haiti apresentaram resultado positivo para o coronavírus.

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Fonte: Gazeta News