Cory Booker Democratas pressionam a favor de ajuda financeira para indocumentados
“Temos a obrigação de fazer tudo o que pudermos para impedir a propagação desta doença mortal”, disse Cory Booker (D-NJ)

Democratas apontaram para as chamadas “famílias mistas”, compostas por cidadãos dos EUA, portadores de green card e indocumentados

Democratas do Congresso e governos estaduais estão adotando várias maneiras de ajudar os imigrantes indocumentados na luta contra a crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus. Os legisladores exigem a libertação dos detidos em prisões e pressionam para torná-los elegíveis a mais de US$ 1 mil em estímulo financeiro. O Presidente Trump, por sua vez, respondeu à crise reprimindo tanto a imigração legal quanto a clandestina, proibindo que cidadãos da China, Irã e União Européia entrem nos EUA e limitando a entrada nas fronteiras terrestres. Além disso, os patrulheiros de fronteira estão imediatamente devolvendo imigrantes clandestinos e requerentes de asilo aos seus países de origem.

Os democratas, no entanto, estão adotando a abordagem oposta. O senador Cory Booker (D-NJ) e a deputada Pramila Jayapal  (D-Wash.) apresentaram um projeto de lei que liberaria imigrantes detidos no país e interromperia qualquer aplicação das leis migratórias contra alguém que não fosse considerado uma ameaça “significativa” à segurança Pública.

“Temos a obrigação de fazer tudo o que pudermos para impedir a propagação desta doença mortal e isso significa retirar as pessoas dos centros de detenção quando elas não representam um risco à segurança pública”, afirmou Booker em comunicado. “É realmente uma questão de vida ou morte: é hora de agirmos rápida e decisivamente para salvar tantas vidas quanto possível e isso significa acabar com a detenção desnecessária de imigrantes durante esta crise de saúde pública”.

Enquanto isso, no Capitólio, em Washington-DC, os democratas estão exigindo que a próxima rodada de estímulo financeiro inclua os imigrantes indocumentados, modificando a exigência de que os beneficiários tenham um número de Seguro Social para qualificarem.

O pacote de US$ 3 trilhões aprovado pela Câmara dos Deputados controlada pelos democratas,  na semana passada, permitiria que os cheques de estímulo no valor de US$ 1.200 fossem enviados para aqueles que também pagam imposto de renda através de um Número de Identificação de Contribuinte Individual (ITIN), usado por pessoas que não são elegíveis para um número do Seguro Social, incluindo imigrantes indocumentados.

Como uma das justificativas, os democratas apontaram para as chamadas “famílias mistas”, nas quais existem cidadãos dos EUA ou residentes permanentes legais (green card), bem como imigrantes indocumentados, em uma mesma família. Eles declaram o imposto de renda usando um ITIN e até agora não foram elegíveis para auxílio financeiro.

“A Suprema Corte decidiu que crianças, incluindo crianças indocumentadas, deveriam ter direito à educação em nosso país. Por que não então os filhos dos cidadãos, filhos das famílias dos contribuintes, não devem ter a oportunidade dos cheques de que precisam?” Questionou a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi (D-CA), durante uma teleconferência neste mês.

Entretanto, a ideia provocou críticas, e até deboche, da parte dos republicanos que acreditam que a ajuda financeira deve ser reservada apenas aos cidadãos e portadores do green card.
“Você acredita nisso? Esquecemos que o Departamento do Tesouro Nacional envia dinheiro para as pessoas ilegais aqui. Minha nossa. Que supervisão ”, disse o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (R-Ky.), no plenário do Senado na semana passada.

O projeto de lei também inclui  proteções para “trabalhadores essenciais da infraestrutura básica” que permitissem que alguns imigrantes indocumentados fossem colocados em “um período de ação diferida” e, portanto, autorizados a trabalhar se atenderem a determinadas condições. A proposta também concede proteções aos empregadores que contratam imigrantes indocumentados, afirmando que “a contratação, o emprego ou o emprego continuado” dos imigrantes indocumentados não viola a Lei de Imigração e Nacionalidade (INA).

A proposta foi considerada pelo vice-secretário de Segurança Interna (DHS), Ken Cuccinelli, como um incentivo dos democratas para conceder “anistia” aos imigrantes indocumentais e proteção àqueles que os empregam.

“É realmente uma boa idéia não apenas conceder uma anistia a estrangeiros ilegais, mas também absolver os empregadores que violam a lei nos últimos meses?” Postou Ken no Twitter. “Acho que não!”

Enquanto isso, alguns governos estaduais têm procurado garantir que os imigrantes indocumentados recebam ajuda e argumentam que eles deveriam ter sido incluídos na última rodada de estímulo financeiro. O Conselho Municipal de Seattle está pedindo ao Estado de Washington que crie um “fundo de ajuda” de US$ 100 milhões para os imigrantes indocumentados que não se qualificaram para os cheques de estímulo federais emitidos no mês passado. O conselho municipal aprovou uma resolução na segunda-feira (18) pedindo ao Governador Jay Inslee a criação de um “Fundo de Ajuda aos Trabalhadores de Washington” para fornecer “assistência econômica aos residentes sem documentos durante a pandemia do coronavírus.

Enquanto isso, na Califórnia, o estado liberou cerca de US$ 75 milhões para um fundo para ajudar cerca de 150 mil imigrantes indocumentados no estado. Isso lhes dá acesso a um programa de alívio financeiro do coronavírus que pagará US$ 500 por pessoa e até US$ 1 mil por família.

Fonte: Brazilian Voice