A Greyhound, a maior empresa de ônibus do país, disse que não mais permitirá que agentes da Patrulha de Fronteira entrem em seus veículos para realizar operações de imigração.

A empresa fez o anúncio uma semana depois que a Associated Press publicou um memorando vazado da Patrulha da Fronteira, confirmando que os agentes não podem embarcar em ônibus particulares sem o consentimento da empresa. Greyhound já havia declarado que, embora não gostem de controles da imigração, não têm escolha a não ser permitir os acessos com base na lei federal. Em comunicado enviado por e-mail, a empresa informou que notificaria o Departamento de Segurança Interna de que não concorda com buscas injustificadas em seus ônibus ou em áreas terminais que não são abertas ao público em geral.

Ele acrescentou que daria aos fiscais e funcionários das rodoviárias um treinamento atualizado sobre a nova política e que colocaria adesivos em todos os ônibus que indicam que não consente em buscas. A Greyhound foi pressionada pela União Americana das Liberdades Civis, pelos defensores dos direitos dos migrantes e pelo procurador-geral do Estado de Washington, Bob Ferguson, a impedir revistas em seus ônibus em uma faixa de 160 quilômetros (100 milhas) da fronteira internacional ou da costa.

Eles alegam que a prática é intimidadora e discriminatória e que se tornou mais comum sob a presidência de Donald Trump. As prisões feitas por agentes da Patrulha de Fronteiras filmadas por outros passageiros geraram críticas, e Greyhound enfrenta uma ação na Califórnia alegando que a empresa supostamente violou as leis de proteção ao consumidor ao facilitar ataques.

Outras empresas de ônibus – incluindo a Jefferson Lines, que opera em 14 estados, e a MTRWestern, que opera na costa noroeste – deixaram claro que não concordam com os agentes que embarcam nos ônibus. O documento obtido pela AP é datado de 28 de janeiro e é endereçado a todos os supervisores e assinado pela então chefe da Patrulha de Fronteira, Carla Provost, pouco antes de se aposentar. Confirma a posição legal adotada pelos críticos da Greyhound: a Quarta Emenda da Constituição proíbe agentes de embarcar em ônibus e interrogar passageiros sem mandado de prisão ou sem o consentimento da empresa.

“Quando revisões no transporte ocorrem em um ônibus em locais que não são postos de controle, o agente deve demonstrar que obteve acesso ao ônibus com o consentimento do proprietário da empresa ou de um dos funcionários da empresa”, estipula o memorando As ações do agente enquanto estiver no ônibus “não levariam uma pessoa razoável a acreditar que ele ou ela é incapaz de encerrar a reunião com o agente”.

 

Fonte: Brazilian Press