Organizações brasileiras ajudam famílias indocumentados em NJ e NY

   Uma reportagem feita pelo Tribuna do Norte mostrou a realidade de alguns brasileiros que vivem nos Estados Unidos em situação ilegal. A notícia mostrou a angústia de todos diante do crescente número de casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus, principalmente os imigrantes indocumentados.

   O jornal omitiu os nomes verdadeiros dos entrevistados “para protegê-los”. Uma destas pessoas é Larissa, que atravessou a fronteira dos Estados Unidos com o México, com o marido e um filho de 6 anos. Isso foi em novembro passado e ela pensava que teria uma vida melhor do que tinha em Minas Gerais. Mas o sonho ficou para trás.

   De acordo com a imigrante, que trabalhava em uma plantação de café em MG, logo na entrada, o marido ficou detido em um centro de imigração. Há dez dias ele foi deportado.

   Com dificuldades no idioma, sem documentos, desempregada, e longe do apoio do marido Larissa começou a ver seus dias se tornarem mais difíceis. Ela está na cidade de Newark, em New Jersey, que está se tornando uma região bastante atingida pelo coronavírus. “Viemos com a ideia de trabalhar e conseguir comprar uma casa. Deu tudo errado. Eu só choro”, disse ela.

   A crise diante da pandemia do coronavírus afetou muitas famílias, mas os imigrantes indocumentados sofrem ainda mais, pois muitos não têm plano de saúde, não falam inglês com fluência e estão desempregados diante do fechamento de negócios não essenciais.

   Hoje, mais de 3 milhões de pessoas que vivem em NY são imigrantes. Isso significa 38% da população. A estimativa é que 600 mil estejam em situação ilegais.

   Cada comunidade imigrante tem lutado para conseguir ajudar seus membros, que pelo fato de serem indocumentados, não tem acesso aos benefícios do governo federal e outros. No caso dos brasileiros, uma rede de apoio informal tem distribuído alimentos e apoio. Um destes grupos é o Grupo Mulheres do Brasil NY e segundo sua diretora, Alejandra Merklen, “a maior parte dos brasileiros da região não tem documento e está empregada no setor de serviços ou informal. É a comunidade que está sofrendo mais. A maioria não tem reserva financeira”.

   Larissa mora de favor na casa de uma cunhada e estava trabalhando na área de limpeza, recebendo um salário de US $ 60 por dia. Mas devido à pandemia do coronavírus o trabalho diminuiu e a situação dela piorou e, cinco meses depois de chegar ao país, ela já está de malas prontas para voltar ao Brasil.

   Em Newark, uma organização brasileira tem feito a diferença – a Mantena Global Care – e ajudando a amenizar o sofrimento de Larissa. Sua diretora, Solange Paizante, contou com o apoio de Ruy Almeida, empresário do ramo imobiliário. Juntos, eles distribuíram e distribuem cestas básicas a famílias brasileiras indocumentadas. Além disso, também distribuem marmitas para quem não tem condições de cozinhar.

   Outra brasileira que tem enfrentado muitas dificuldades nesta época é Marta, que viajou de Belo Horizonte (MG) para os EUA há cinco anos. Ela está grávida de sete meses e seu maior medo sempre foi o de se contaminar durante a gravidez. Outra preocupação é em relação ao seu marido que ficou desempregado devido ao fechamento dos trabalhos não essenciais e a paralisação do setor de construção civil.

   Marta estava às vésperas de regularizar seu status imigratório, mas todos os tribunais de imigração foram fechados. Com isso ela permanece indocumentada e com isso tem medo de pedir assistência financeira do governo e prejudicar seu processo.

  Assim como elas, várias famílias brasileiras estão passando dificuldades e não podem contar com a ajuda do governo devido estarem em situação ilegal. Mas graças às organizações, este sofrimento tem sido amenizado.

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Fonte: Da redação