A Força-Tarefa criada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para investigar as mortes no Jacarezinho planeja analisar, na semana que vem, 95 laudos de roupas e materiais recolhidos nos locais em que 28 pessoas morreram em maio de 2021, na operação policial mais letal da história do estado.

O Jacarezinho foi escolhido como a primeira comunidade do Rio a receber o novo programa Cidade Integrada, iniciado nesta quarta-feira (19). 1,2 mil policiais estão no bairro para combater o tráfico de drogas, em um novo programa de ocupação de comunidades no estado.

A ocupação vem 8 meses após a ação policial mais letal da história do estado e 14 anos depois do início das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

O material foi enviado para ser analisado por peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo (IC) em setembro. O MP entende que ocorreram abusos na ação policial e quer a análise do IC para complementar o que o grupo de promotores já conseguiu apurar.

O IC é um órgão independente e não é subordinado à Polícia Civil de São Paulo.

A análise dos laudos independentes é mais um passo para esclarecer 27 das mortes ocorridas no Jacarezinho em maio.

Até agora, o MP já conseguiu esclarecer uma das mortes e denunciou dois policiais civis por homicídio doloso e fraude processual praticados durante a operação.

Os promotores afirmaram na denúncia, aceita pela Justiça, que a cena do local do crime foi alterada e uma pistola foi falsamente apresentada como sendo de um dos homens que morreu no Jacarezinho. Os dois policiais civis se tornaram réus e respondem na Justiça pelo caso.

Fonte: CNN Brasil