Foto20 Redes sociais EUA vasculhará redes sociais para emissão de vistos
Críticos a consideram a diretriz invasiva, além de dificultar e tonar mais lento o processo de emissão de vistos

Calcula-se que 15 milhões de pessoas possam ser afetadas pela mudança

Administração dos EUA exigirá que seja vistoriado o histórico das contas nas redes sociais ao longo dos últimos 5 anos para os estrangeiros que solicitarem vistos de entrada no país. Agendada para vigorar a partir dos próximos 60 dias, o governo atual também pedirá o endereço de e-mail e o número de telefones dos requerentes de vistos. A diretriz visa a prevenção de possíveis atividades criminosas ou terroristas contra os EUA.

Calcula-se que 15 milhões de pessoas possam ser afetadas pela mudança. Críticos a consideram a diretriz invasiva, além de dificultar e tonar mais lento o processo de emissão de vistos. Entre as perguntas feitas, estão possíveis violações das leis de imigração e o histórico de parentes envolvidos em atos terroristas. A mudança foi motivada pelo ataque terrorista ocorrido em San Bernardino (CA). Dias antes da chacina, um dos atiradores havia prometido iniciar uma “guerra santa” islâmica (Jihad) através de postagens nas redes sociais.

Durante a última eleição presidencial nos EUA, o Facebook envolveu-se num escândalo de proporções gigantescas quando o jornal The New York Times publicou que a empresa de consultoria Cambridge Analytica, que participou da campanha de Donald Trump, obteve os dados pessoais de 50 milhões de usuários da rede social para manipulá-los a votar no candidato republicano. Trump venceu a presidência dos EUA em 2016 e a Cambridge Analytica alegou não ter feito nada de ilegal. Entretanto, poucos dias depois, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, desculpou-se publicamente.

. Contrapartida:

Enquanto as autoridades nos EUA tentam tornar mais rigorosos os critérios na emissão de vistos para estrangeiros, o Presidente Jair Bolsonaro tenta a isenção de vistos para cidadãos americanos que visitarem o Brasil. Os americanos que desejam viajar para o Brasil poderão solicitar o visto pela internet por uma taxa de US$ 40, bem menor do que os US$ 160 cobrados anteriormente nos consulados. Isso porque o Brasil lançou um novo sistema de visto eletrônico, em 25 de janeiro, que também está disponível para japoneses, canadenses e australianos. Dessa forma, o Brasil espera atrair um número maior de turistas e movimentar o setor, mesmo com a crescente onda de violência no país, a recessão econômica prolongada e as recentes doenças transmitidas por mosquitos, como a zika e a febre amarela.

. Congressista é contra:

Na terça-feira (19), o senador e líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues, apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa à anulação dos efeitos do decreto presidencial, de Jair Bolsonaro, que dispensa a necessidade de vistos para turistas naturais da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão. O Decreto nº 9.731, de 16 de março de 2019, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, dispensa de forma “unilateral”, ou seja, sem contrapartida, os vistos para a entrada dos referidos países.

Para Rodrigues, o documento fere “o princípio básico das relações internacionais e da diplomacia brasileira, o princípio da reciprocidade”.

“No caso específico da concessão de vistos, espera-se que seja dispensado aos estrangeiros o mesmo tratamento dispensado aos brasileiros, garantindo, dessa forma, dignidade aos cidadãos brasileiros”, argumentou Randolfe, através de sua assessoria de imprensa.

Randolfe criticou o argumento apresentado pelo Ministério do Turismo para o decreto: “Se a justificativa do decreto é mobilizar o turismo vamos, então, liberar o visto para todos. Vamos dispensar visto para a Comunidade Europeia (EU), Índia, China, ou seja, para todos. Que critério é esse do Itamaraty?” Argumentou.

Fonte: Brazilian Voice