A imagem do pai salvadorenho e de sua filha deitada de bruços na água do Rio Grande, no sul do Texas que faz parte da fronteira com o México, é um testemunho doloroso do sofrimento por trás dos inúmeros imigrantes que tentam fazer a travessia ilegal para os Estados Unidos.

Oscar Alberto Martinez, 25 anos, e sua filha, Angie Valeria M., 2 anos, foram identificados por autoridades de El Salvador. Eles se afogaram nas correntes do Rio Grande no último domingo, 23, quando tentavam entrar no território americano.

Seus corpos foram encontrados na segunda-feira, 24, perto da cidade mexicana de Matamoros, do outro lado do rio de Brownsville, Texas, mas ainda no lado mexicano, informou a Associated Press. Junto com a esposa, que estava esperando para atravessar o rio, viu o marido e a filha se afogarem. A família salvadorenha aguardava na cidade mexicana a oportunidade de solicitar asilo nos Estados Unidos.

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A foto foi tirada pela jornalista Julia Le Duc, que mora no México. Na imagem, a criança aparece enfiada dentro da camisa do pai, com o braço direito pendurado no pescoço dele, deitados perto da margem.

Também no domingo, outros sete imigrantes foram encontrados mortos próximos ao Rio, segundo informações da polícia do Texas. Entre as vítimas estão uma mulher, dois bebês e uma criança. Pela situação dos corpos, as autoridades suspeitam que as quatro vítimas morreram dias antes de serem encontradas pela Patrulha de Fronteira nas redondezas do Rio Grande, também no domingo 23. A exposição ao calor e a desidratação são as possíveis causas dos óbitos.

El Salvador é um dos países que mais da América Central cujos cidadãos fogem da violência e crise econômica, e arriscam tudo para tentar a vida nos Estados Unidos. As mortes levaram a ministra das Relações Exteriores de El Salvador, Alexandra Hill, a implorar aos seus compatriotas que não se arrisquem, mas permaneçam no país. “Nosso país está de luto, novamente. Eu imploro, a todas as famílias, pais, não corram o risco. A vida vale muito mais”, acrescentou.

A fronteira México-EUA e o pesadelo da travessia

A foto evocou memórias de um menino sírio de 3 anos de idade, Aylan Kurdi, cujo corpo apareceu em uma praia na Turquia. A icônica imagem de 2015 da criança afogada deitada na areia continua a agitar a discussão sobre as políticas para os migrantes. Com informações da Associated Press.

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Fonte: Gazeta News