Está causando o maior sururu a lista de gastos com alimentação do Poder Executivo federal, comandado pelo presidente Jair Bolsonaro. O relatório das despesas de 2020, que é público, totaliza mais de R$ 1,8 bilhão. Mostra um aumento de 20% em relação ao ano anterior –o que condiz com a elevação dos preços da comida.

Alguns dados, porém, não deixam de ser intrigantes. Nas redes sociais, fez-se muito barulho a respeito dos R$ 15.641.777,49 pagos em leite condensado –sabidamente, algo que Bolsonaro aprecia comer no café da manhã com pão.

Aventou-se a possibilidade de que tal montante tenha sido destinado aos brigadeiros da Aeronáutica.

Para mim, saltaram aos olhos os R$ 1.042.974,22 que o governo usou para adquirir alfafa. Até onde eu sei, alfafa é uma erva que os fazendeiros dão como ração para o gado bovino.

Vamos a outros tópicos selecionados da lista de supermercado do Jair:

MANDIOCA – R$ 8.601.350,02

ADOÇANTE – R$ 12.006.603,45

AZEITONA – R$ 12.692.355,14

BARRA CEREAL – R$ 13.445.118,52

BATATA FRITA EMBALADA – R$ 16.582.463,23

BOMBOM – R$ 8.866.958,69

CANJICA – R$ 3.842.863,38

CHICLETE – R$ 2.203.681,89

CHUCHU IN NATURA – R$ 6.754.123,64

CONDIMENTO – R$ 49.995.971,45

FARINHA QUIBE – R$ 4.075.954,66

FERMENTO – R$ 16.628.885,60

MASSA PASTEL – R$ 6.236.199,36

MINGAU INSTANTÂNEO – R$ 1.607.508,14

PÓ PARA REFRESCO – R$ 1.331.263,96

TEMPERO – R$ 14.827.686,33

SAGU – R$ 2.241.859,51

Algumas especulações:

  • Gente, os cozinheiros do governo têm mão pesada para temperar a boia! Aliás, o condimento anda pela hora da morte… e o tempero, então? Esse povo deveria pegar mais leve. Comida condimentada demais dá gastura.
  • As recepções do Planalto têm farta distribuição de quibe e de pastel.
  • Canjica? As festas juninas foram canceladas no ano passado.
  • A despesa em chiclete, sagu, mingau e qui-suco revela alguém com paladar inequivocamente infantil no círculo palaciano. Coisa do Carlos?
  • Como alguém gasta quase 7 milhões de dinheiros em CHUCHU?

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Fonte: Folha de S.Paulo