Afetada pela crise gerada com o coronavírus, a Latam Brasil entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos que deve durar 12 meses. A legislação norte-americana garante uma proteção temporária contra questionamentos de credores e garante segurança para que a companhia organize sua reestruturação.

As divisões da Latam no Chile, Colômbia, Peru e Equador já haviam recorrido ao mesmo mecanismo para proteger a operação, no fim de maio. A parte brasileira, que representa 50% da operação do grupo e 14% do passivo, ainda não tinha usado essa alternativa imaginando que um socorro do BNDES seria aprovado com mais facilidade – o que não aconteceu. Segundo o jornal O Globo, o chamado “Chapter 11” garante algumas vantagens que a lei brasileira não assegura. Uma delas é o Debtor in Possession (DIP), que dá a novos investidores a garantia de prioridade no recebimento dos créditos em caso de falência, por exemplo. Além disso, é mais flexível na negociação entre devedor e credores, incluindo consumidores e trabalhadores.

LATAM Brasil pede recuperação judicial nos EUA em meio à ...

A dívida da Latam Brasil é superior a R$ 7 bilhões. Se considerados os créditos de passagens pagas, mas não voadas, a conta chega a R$ 13 bilhões. Em todo o grupo, a dívida é de US$ 10 bilhões e, se incluídas provisões futuras, a dívida salta para US$ 17,9 bilhões. A partir de agora, a Latam tem 120 dias para apresentar um plano de recuperação à corte de Nova York e o sucesso do plano vai depender da aprovação do empréstimo DIP. A empresa já assegurou investimentos na casa de US$ 900 milhões com seus principais acionistas, a Qatar Airways e as famílias Cueto e Amaro, além de US$ 1,3 bilhão do fundo Oaktree, somando US$ 2,2 bilhões.

Fonte: Brazilian Press