Uma escola norte-americana proibiu uma turma de primeiro ano, com crianças entre seis e sete anos, de cantar uma música de Dolly Parton e Miley Cyrus que promove a inclusão da comunidade LGBTI+, com medo de que a música possa ser vista como controversa.

A música, intitulada ‘Rainbowland’, defende os direitos da comunidade LGBTI+ e a liberdade das pessoas queer de demonstrar afeto em público, com a letra fazendo várias referências às bandeiras arco-íris e às duas mulheres andando de mãos dadas.

James Sebert, da escola Heyer Elementary, em Waukesha, Wisconsin, confirmou a decisão à Fox6, mencionando apenas que a atuação dos alunos pode não ser “adequada para a idade e nível de maturidade dos estudantes”. Desde 2021, Sebert tem proibido qualquer tipo de demonstração de apoio à comunidade LGBTI+ na escola, desde a colocação de bandeiras arco-íris até a suspensão das políticas pró-inclusão e igualdade de gênero do estado de Wisconsin.

Uma das professoras da escola, Melissa Tempel, reclamou da decisão no Twitter e deixou claro que a apresentação foi proibida devido à “letra linda”. “Dizer que um ARTISTA é controverso é uma decisão controversa e eles não queriam ir por aí”, disse. E, à Associated Press, a docente afirmou ainda que seus alunos estavam “devastados”. “Eles realmente gostam da música e já estavam cantando-a”, contou Tempel.

O tema, cantado por Dolly Parton e Miley Cyrus, faz parte do álbum de Cyrus de 2017, intitulado ‘Younger Now’.

A professora acrescentou ainda que a música ‘Rainbow Connection’ (1979), dos Marretas (um tema sem qualquer referência à causa LGBTI+) havia sido proibida, mas a decisão foi revertida.

A medida da escola de Waukesha é o mais recente ataque aos direitos e liberdades da comunidade queer nos Estados Unidos, especialmente nas escolas, onde pais conservadores e estados republicanos têm liderado uma campanha para banir livros, manuais e recursos escolares que promovam políticas de inclusão ou discutam racismo e escravidão nos Estados Unidos.

Muitos estados também têm proibido a participação de pessoas transgênero em esportes escolares, limitado o uso de banheiros, impedido professores de esclarecer dúvidas de estudantes queer, entre muitas outras políticas conservadoras.