“Nós aqui estamos sitiados em casa, porque não se sabe se tem mais gente fora, se estão caçando”, disse o brasileiro

Dois ataques a mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, deixaram, até o momento, ao menos 49 mortes e 48 feridos na tarde desta sexta-feira (15), horário local. A Polícia orientou a população a não sair de casa e permanecer alerta.

Um dos ataques foi gravado e transmitido ao vivo via redes sociais pelo próprio agressor, que aparece em trajes militares dentro da mesquita disparando à queima-roupa em várias pessoas com uma arma automática. Nas redes sociais também circula um manifesto dos agressores que incluiria qualificações pejorativas contra os muçulmanos.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o brasileiro Hugo Alvarenga, que mora em Christchurch há mais de três anos e atua como suporte de TI, lamentou o ato, que as autoridades consideram como terrorismo.

“É uma cidade de 400 mil habitantes, a Nova Zelândia nunca foi alvo para terrorismo, é uma cidade muito tranquila. A Nova Zelândia recebe muitos imigrantes. Aparentemente foi um australiano que mudou para cá, um extremista e queria se vingar dos ataques na Europa e atacou duas mesquitas (…) Infelizmente foi um ataque horrível. Ele postou o vídeo ao vivo atirando nas pessoas. Foi algo muito chocante. Infelizmente algumas pessoas compartilharam e todo mundo que viu ficou em choque, com medo. Nós aqui estamos sitiados em casa, porque não se sabe se tem mais gente fora, se estão caçando”, disse.

Segundo Hugo, com base na imprensa local, o Exército do país está na cidade para atuar na segurança. “A cidade tem número bom de policiais, aparentemente não é problema de segurança em si. Não parece terrorismo do islamismo contra a Nova Zelândia, mas ao contrário. A gente se mantém em casa, protegido, atento a qualquer barulho. É uma situação totalmente diferente”, relatou Hugo.

Fonte: A Semana