Ron DeSantis scaled Governador da FL culpa surto de coronavírus a bóias frias latinos
“Alguns desses indivíduos vão para o trabalho em um ônibus escolar e são todos aglomerados lá como sardinhas”, disse DeSantis

DeSantis apontou para trabalhadores diaristas e bóias-frias “predominantemente hispânicos” como a causa do recente surto de coronavírus no estado

O governador da Flórida, Ron DeSantis, apontou para grupos de trabalhadores diaristas e bóias-frias “predominantemente hispânicos” como a causa do recente surto de coronavírus no estado. Entretanto, trabalhadores rurais e associações do ramo argumentam que os recursos e os testes chegaram tarde demais à essas comunidades, de acordo com relatórios recentes. O governador republicano disse a repórteres na terça-feira (16) que as condições de vida e trabalho para trabalhadores imigrantes hispânicos são parcialmente responsáveis, segundo o canal de TV local WFOR-TV.

“Alguns desses indivíduos vão para o trabalho em um ônibus escolar e são todos aglomerados lá como sardinhas, atravessando o Condado de Palm Beach ou alguns desses outros lugares, e há todas essas oportunidades de transmissão”, disse DeSantis durante uma coletiva de imprensa em Tallahassee (FL).

Ele citou casos como numa fazenda de melancia e o Immokalee, um importante centro na produção de tomate, como evidência do aumento. Entretanto, o comissário da Agricultura da Flórida, Nikki Fried, argumentou que a maioria dos trabalhadores rurais foram embora várias semanas atrás após o término das colheitas e que o verdadeiro aumento do surto está nas áreas não agrícolas, de acordo com o jornal Miami Herald.

Além disso, Antônio Tovar, diretor executivo da Farmworker Association of Florida, disse que não é culpa dos trabalhadores rurais que eles sejam vulneráveis ao COVID-19. Ele apontou o dedo para DeSantis por ignorar pedidos de uma coalizão de 50 grupos que pediram ajuda no final de abril.

“Enviamos esta carta ao Governador há mais de dois meses e agora ele está percebendo que os trabalhadores estrangeiros correm mais riscos de serem infectados”, disse Tovar ao Serviço de Notícias da Flórida na quarta-feira (17). “Isso é muito vergonhoso porque ele foi aconselhado, foi informado quando enviamos a carta”.

Tovar afirmou que os recursos só vieram em maio, depois que muitos na comunidade agrícola do sudoeste da Flórida já estavam doentes.

“É tarde demais”, disse ele. “Foi cerca de duas semanas atrás, quando o departamento (de saúde) enviou um e-mail para muitas organizações dizendo:‘ Ei! Recebemos 2 milhões de máscaras faciais. Se você quiser, podemos dar-lhe máscaras”.

Mas a porta-voz da DeSantis, Helen Aguirre Ferre, argumentou que o Governador há muito tempo enfatizava a comunidade agrícola como um local de alto risco.

“Há meses, o Governador DeSantis fala sobre a importância de testar proativamente em áreas de alto risco, como áreas agrícolas onde trabalhadores imigrantes/agricultores tendem a viver e viajar em espaços confinados que são propícios à propagação desta doença”, ela disse em um e-mail enviado na quarta-feira ao WFOR-TV.

A Flórida divulgou na quinta-feira (18) o maior aumento de um dia em casos de coronavírus desde o início da pandemia. O número de novas infecções no estado subiu para 3.207, superando seu próprio aumento mais alto em um dia, de 2.783 na terça-feira (16).

O índice recorde da doença ocorre quando algumas partes do estado relatam zero leitos de UTI disponíveis e cientistas prevêem que a Flórida tem “todas as características” para se tornar o novo epicentro da pandemia nos EUA.

Fonte: Brazilian Voice