O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) sobrevoará a região de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, neste sábado (25), por volta das 9h.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou na última quinta-feira (22) que seis novos corpos foram encontrados após as fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo.

Assim, o número de mortos pode chegar a 54 — anteriormente, foram contabilizados 48 mortos. As equipes de resgate seguem em busca de 38 pessoas desaparecidas.

Hospedagem de desabrigados pelo setor hoteleiro

Tarcísio participou, na sexta-feira (24), de uma reunião com representantes do setor hoteleiro para debater uma parceria a fim de hospedar os desabrigados pelos temporais.

É projetado que aproximadamente 4 mil pessoas precisem de abrigo por um tempo maior.

Será formalizada nos próximos dias uma comissão entre o governo paulista, a Prefeitura de São Sebastião e os hotéis para discussão da parceria. Serão avaliados os modelos de parceria, bem como a disponibilidade de leitos e a faixa de preço pelo seu uso.

Ainda haverá uma reunião entre Tarcísio e bancos e instituições financeiras para custeamento da operação. “Assim que tivermos o ok para o financiamento, vamos começar de imediato essa parceria. A nossa necessidade é atendermos 4 mil pessoas”, explicou.

Presença ostensiva de ministros gera ruído em São Sebastião

Conforme informações do analista de política da CNN Caio Junqueira, a presença ostensiva de ministros gera ruído em São Sebastião.

Por sua vez, Tarcísio deslocou-se para o local desde domingo, onde tem feito reuniões diárias com seu secretariado e cumprido agenda com autoridades e a população locais.

Em outra frente, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, que tem base eleitoral na Baixada Santista, também tem utilizado a Autoridade Portuária de Santos como sede de reuniões com prefeitos para colher suas demandas. Ele disse à CNN que o porto destinará R$ 2 milhões para esse finalidade. Além disso, foram coletados toneladas de alimentos pelos operadores portuários. França estava dentro do navio da Marinha no deslocamento feito entre Santos e São Sebastião.

“O porto de Santos já fez a primeira coleta pelos operadores portuários. Recolhemos 60 toneladas de alimentos e embarcamos no primeiro dia num navio da Marinha que já fez a entrega e agora estamos embarcando um segundo. Além disso, o porto de Santos vai fazer uma compra do que os prefeitos da região demandarem. Por exemplo, material de limpeza, higiene, construção. O porto fez doações de R$ 2 milhões para isso”, disse França à CNN.

O ministro, que tem base eleitoral na Baixada Santista, afirmou também que tem se reunido com prefeitos da região para verificar suas demandas.

“Recebemos dos prefeitos da área mais acima do litoral (Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela) pleitos de ajuda da Defesa Civil. E hoje reunimos na Companhia Docas, eu, a Sonia Guajajara (ministra dos Povos Indígenas) e o Waldez [Góes, ministro da Integração Nacional] que trouxeram reivindicações”, disse França.

A Autoridade Portuária de Santos tem sido um ponto de divergência entre ambos desde o início do governo Lula. Tarcísio é a favor da privatização e França lidera no governo federal a resistência. Em evento hoje em Santos, França aproveitou para defender que o porto se mantenha estatal.

“Se houver essa situação (de oleodutos da Petrobras prejudicados pela enchente), durante um período, parte dos navios da Petrobras não vão poder parar em São Sebastião, vão ter que parar aqui no Porto de Santos, que é um porto público. Mais uma vez a gente reforça a necessidade de ter um porto público. Se não tivesse um porto público, muitas vezes não teria como colocar um navio da Petrobras aqui nesse instante”, disse França.

Ele também disse que “por isso que tem que ter um porto público, porque senão você fica desabastecido de gasolina e óleo diesel em todo o estado de São Paulo”. A declaração desagradou autoridades paulistas.

Nesta sexta-feira também houve outros ruídos. O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que enviará recursos para revitalização da rodovia Rio-Santos, sem que houvesse pedido nesse sentido do governo paulista. Fontes do governo paulista alegam não haver necessidade de recursos para obras na pista. A estratégia agora tem sido desbloquear a rodovia. Já foram liberados 82 pontos da rodovia em 5 dias.

Também hoje o governador de São Paulo organizou e divulgou uma agenda em uma aldeia indígena que depois foi acompanhada também pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a presidente da Funai, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.

(*Publicado por Douglas Porto)

Fonte: CNN Brasil