Mesmo com o adiamento da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, a comitiva brasileira dá prosseguimento à sua agenda no país asiático e anuncia acordos comerciais para diversos setores.

De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), mais de 20 acordos de cooperação foram fechados na missão empresarial em Pequim.

A Vale, por exemplo, celebrou sete acordos com empresas chinesas. Entre os parceiros estão universidades e centros de pesquisa, siderúrgicas e instituições bancárias.

A empresa brasileira fechou contratos com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) e o Bank of China, para cooperação envolvendo crédito à mineração no Brasil e a outros projetos ao redor do mundo. O acordo também busca fortalecer iniciativas de energia verde.

A Suzano assinou três contratos com parceiros chineses. Um deles, firmado com uma empresa de embarcações, visa a construção de cinco navios de transporte de celulose e produtos de base biológica, incluindo contrato de transporte de longo-prazo.

A BMV global fechou dois acordos. Um deles envolve o lançamento da plataforma de comércio de crédito de biodiversidade entre a China e o Brasil. Outro, a implementação de crédito de biodiversidade como mecanismo de compensação de impacto ambiental e a obtenção do selo de boas práticas ESG.

A própria Apex-Brasil formalizou parceria com as chinesas Venture Cup China e Beijing Hycore Innovation, para apoiar startups brasileiras a desenvolverem seus negócios no país asiático.

Bancos brasileiros fecham acordos para comercializar sem usar dólar

Ainda entre os anúncios, a sucursal brasileira do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o maior banco do mundo, passa a atuar como banco de compensação do renminbi no Brasil, ou “clearing house”.

As reduções das restrições ao uso do renminbi têm o potencial de promover o comércio bilateral e facilitar investimentos com a moeda chinesa.

Além disso, o Banco Bocom BBM anunciou a adesão ao China Interbank Payment System (Cips). O Cips é a alternativa chinesa ao Swift, ambos sistemas de compensação financeira que facilitam transações em moedas locais entre os países.

O Bocom BBM será o primeiro a participar do Cips dentro da América do Sul. O banco é resultado da compra do BBM – antigo banco da Bahia, um dos mais antigos do país, fundado em 1858 – pelo Bank of Communication, um dos cinco maiores bancos comerciais da China. Hoje, o Bocom BBM é o maior banco chinês no Brasil.

As assinaturas ocorreram durante a realização do Seminário Econômico Brasil-China, evento organizado pela ApexBrasil, com apoio do governo federal, do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e uma ampla rede de parceiros.

Fonte: CNN Brasil