Deputados e senadores petistas ouvidos pela CNN reclamaram do adiamento do texto da chamada “PEC da Transição”, a proposta de alteração da Constituição que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para aprovar ainda neste ano, como forma de manter o pagamento do Auxílio Brasil/Bolsa Família de R$ 600 em 2023.

O adiamento foi anunciado pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI) perto das 11h da manhã desta sexta-feira (11), e o projeto deve ser apresentado apenas na próxima quarta (16). A decisão surpreendeu petistas consultados pela reportagem, que defendem o envolvimento de Lula na negociação do texto.

“O tempo é curto, os parlamentares que precisam aprovar o texto não são os que irão legislar em 2023 e estamos ‘no governo dos outros’”, afirmou um parlamentar que defende o envolvimento pessoal de Lula na articulação da medida.

Segundo Dias, o adiamento da divulgação do texto final se deu para evitar que o texto fosse aprovado no Senado e, depois, alterado na Câmara. Nesse cenário, a Proposta de Emenda à Constituição precisaria voltar para ser discutida no Senado, o que dificultaria ainda mais a aprovação da proposta.

Integrante da equipe de transição, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que as propostas para 2022 precisam ter em consideração qual é o tamanho do montante que será inserido no texto. “A recomposição do orçamento da Saúde, por exemplo, depende de qual será o valor dessa PEC. Depende dessa solução que o Congresso vai aprovar”.

Para ele, o envolvimento direto de Lula será decisivo para aprovação do texto. “O presidente quer e vai conseguir operacionalizar com o parlamento”, afirmou.

Fonte: CNN Brasil