Bombeiros lutaram contra as chamas pelo 10º dia na ilha de Rodes, na Grécia, enquanto novas chamas irromperam no continente que destruíram fazendas e fábricas durante a noite e deixaram fazendeiros correndo para evacuar seus animais.

As chamas em todo o país, sobrecarregadas por ventos fortes e temperaturas superiores a 40ºC, mataram mais duas pessoas no centro da Grécia na quarta-feira (26), elevando o número de mortos dos incêndios para cinco.

As autoridades ordenaram que várias comunidades deixassem a área de de Magnésia, ao norte de Atenas, duramente atingida.

O corpo de um pastor de 45 anos foi encontrado em uma área rural na noite de quarta, informou o corpo de bombeiros. Mais cedo, as autoridades encontraram o corpo de uma mulher, disse a TV estatal ERT. Ambas as mortes foram atribuídas aos incêndios.

Em Sesklo, uma vila perto da cidade portuária costeira de Volos, a capital regional, os restos carbonizados de uma vaca podem ser vistos em uma fazenda enquanto os moradores conduziam outro gado.

“Começou do capim em várias frentes da região e chegamos a essa situação pela falta de autoridade pública, de governadores regionais, prefeitos, para queimar metade de Magnésia”, disse o agricultor Kostas Koukouvinos.

Na noite de quarta, as chamas ameaçaram a zona industrial da cidade de Volos. Os bombeiros cercaram a área enquanto tentavam protegê-la, disse uma testemunha da Reuters.

O Ministério do Trabalho instou os empregadores da área a suspender as operações nesta quinta-feira (27).

Outro incêndio florestal ocorreu perto da cidade de Lamia, ao sul de Volos. Moradores foram instruídos a deixar suas casas.

Os bombeiros também estavam combatendo um novo incêndio perto da cidade de Kymi, na ilha de Evia, onde dois pilotos morreram na terça-feira (25) quando seu avião caiu em uma encosta enquanto jogava água nas chamas.

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Grandes áreas do Mediterrâneo enfrentam uma intensa onda de calor de verão nos últimos dias, e os bombeiros lutam para apagar as chamas em toda a região, de Portugal à Sicília e à Argélia.

Os incêndios florestais são frequentes na Grécia durante o verão, mas as temperaturas mais altas e o clima mais seco, que os cientistas atribuem às mudanças climáticas, transformaram o país em um ponto crítico do Mediterrâneo.

A brigada de incêndio disse mais que 500 incêndios florestais queimaram na Grécia até agora este ano.

Em Rhodes, onde mais de 20 mil visitantes estrangeiros e locais fugiram de hotéis e casas à beira-mar no fim de semana, os incêndios começaram a diminuir.

O risco de incêndio permaneceu “extremo” em várias áreas da Grécia nesta quinta, disse o corpo de bombeiros.

O ministro da Crise Climática e Proteção Civil, Vassilis Kikilias, disse que a Grécia está passando por “dias de verão muito perigosos”.

Os incêndios, disse ele, foram atiçados por ventos fortes e agravados por temperaturas anormalmente altas, acendendo frentes que se estendem por vários quilômetros.

“Dada a crise climática, voltaremos a ter condições climatéricas extremas que vão voltar a pôr à prova as nossas forças. Nada acabou, a batalha continuará durante todo o verão”, disse.

Fonte: CNN Brasil