A Starbucks está apostando alto no café com infusão de azeite, esperando que os clientes sejam atraídos pelo ideia “diferentona” e pelos benefícios para a saúde do azeite de oliva extra virgem.
“É um dos maiores lançamentos que tivemos em décadas”, disse Brady Brewer, diretor de marketing da Starbucks, à CNN. O ex-CEO Howard Schultz acrescentou em entrevista a Poppy Harlow que “transformará a indústria do café” e será “uma nova adição muito lucrativa à empresa”.
Mas o que a empresa pode não ter levado em consideração: alguns clientes dizem que isso os faz correr para o banheiro.
“Metade da equipe tentou ontem e alguns acabaram precisando usar o banheiro, se é que você me entende”, postou um barista na página do Starbucks Reddit. A CNN entrou em contato com o Redditor para comentar.
As novas bebidas da Starbucks têm uma colher de azeite em cada xícara. Pode ser o brilho do óleo. Ou pode ser o gosto residual. A mídia social foi rápida em condenar a bebida – e os efeitos posteriores.
“Aquela bebida de oleato de starbs fazendo meu estômago falar”, um usuário tuitou. Aqueles com estômagos sensíveis já estão cautelosos.
“Paciente com DII [doença inflamatória intestinal] aqui. Eu não tocaria nessas bebidas com uma vara de três metros”, disse um Redditor.
A nova linha, Oleato, foi lançada na Itália em fevereiro. Cada bebida – um latte com leite de aveia, um expresso gelado com leite de aveia e uma bebida gelada com espuma dourada – é feita com uma colher de óleo, adicionando 120 calorias a uma bebida.
Lojas selecionadas da Starbucks em Seattle e Los Angeles e Reserves em Chicago, Seattle e Nova York agora oferecem a linha de bebidas.
A CNN entrou em contato com a Starbucks para comentar, mas ainda não teve retorno.
Ciência por trás da dor
O azeite é um alimento básico na cultura mediterrânea e alguns bebem goles de azeite na região diariamente.
Mas a bebida da Starbucks tem uma combinação potencialmente frágil: cafeína, que é estimulante, e azeite de oliva, que é relaxante.
Uma bebida de 500 mil aproximadamente pode ter 34 gramas de gordura, o que é mais do que muitos encontram em uma refeição, disse a nutricionista Erin Palinski-Wade. E os óleos minerais, como o azeite de oliva, costumam ser usados para tratar a constipação porque ajudam a amolecer as fezes, facilitando a ida ao banheiro.
“Se você combinar alto teor de gordura em uma refeição ou bebida com café, que já estimula os intestinos”, disse Palinski-Wade, “essa combinação pode causar cólicas. Pode causar aumento da mobilidade no cólon e, portanto, ter esse efeito laxante.”
Alguns clientes disseram que a velocidade com que tiveram que usar o banheiro após tomar a bebida os pegou desprevenidos. Mas as refeições com alto teor de gordura demoram mais para serem digeridas do que o azeite líquido, que atinge o trato digestivo mais rapidamente, disse Palinski-Wade. E a maioria das pessoas nos Estados Unidos está tomando café em trânsito e não combina a bebida com carboidratos e fibras para anular o impacto.
Os benefícios do azeite são amplamente divulgados, ligados à redução do risco de doenças cardiovasculares e à redução da pressão arterial (embora os resultados positivos para a saúde possam ser porque a dieta mediterrânea substitui gorduras não saudáveis, como manteiga, por azeite, informou o The New York Times).
“(A bebida) não vai deixar alguém fisicamente doente do ponto de vista de ter um impacto negativo na saúde”, disse Palinski-Wade. “Será mais aquela sensação desconfortável de ter que ir ao banheiro ou potencialmente cólicas.”
No Mediterrâneo, tomar uma colher de azeite por dia faz parte da rotina diária. O ex-CEO Howard Schultz adquiriu esse hábito do produtor de azeite Tommaso Asaro enquanto estava na Sicília, Itália.
“Quando nos reunimos e começamos a fazer esse ritual, eu disse a [Asaro]: sei que você acha que vou enlouquecer, mas você já pensou em infundir uma colher de sopa de azeite no café Starbucks?” Schultz disse a Poppy Harlow da CNN. “Ele achou um pouco estranho.” Asaro é o presidente da United Olive Oil, por meio da qual a Starbucks está adquirindo seu azeite.
*Danielle Wiener-Bronner, da CNN, contribuiu para essa reportagem
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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Fonte: CNN Brasil