- Monica Grady
- The Conversation*
12 janeiro 2022
Foi um alívio saber que os procedimentos de precisão que abriram seu complexo escudo de proteção solar, que é do tamanho de uma quadra de tênis, funcionaram perfeitamente.
O telescópio está agora a caminho de seu destino, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, onde iniciará uma série de testes assim que chegar, no fim de janeiro.
Se a missão correr como planejado, podemos esperar começar a receber imagens do telescópio em meados de 2022.
Mas o que mais a ciência espacial reserva para este ano? A seguir, algumas algumas missões para ficarmos de olho.
Missões para a Lua
O programa Artemis, da Nasa, para enviar astronautas humanos à superfície da Lua em 2024 deve começar em 2022.
Os últimos astronautas a pisar na Lua, em 1972, chegaram lá em um foguete Saturno V.
Agora, a Nasa criou uma nova geração de foguetes, o Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês), que será testado pela primeira vez em março, com o lançamento da missão Artemis 1.
Será um voo de teste não tripulado de três semanas da espaçonave Orion, que incluirá um sobrevoo 100 km acima da superfície da Lua.
Futuramente, o SLS transportará astronautas para o Lunar Gateway, a estação espacial internacional de última geração que ficará posicionada na órbita ao redor da Lua e atuará como uma estação intermediária para missões à sua superfície.
A Lua também será alvo de outras agências espaciais em 2022.
A Coreia do Sul espera lançar sua primeira missão lunar, a Korea Pathfinder Lunar Orbiter, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida, em agosto.
A Roscosmos, agência espacial russa, planeja lançar a missão Luna 25 ao polo sul da Lua em julho — mais de 45 anos depois que a Luna 24 retornou com quase 200g de solo lunar em agosto de 1976.
Asteroide Psyche
Meados de 2022 será uma época movimentada para a exploração espacial, já que a Nasa também lançará sua missão Psyche.
Psyche, que está orbitando o Sol entre Marte e Júpiter, é um asteroide do tipo M, feito de metal, por isso é semelhante ao núcleo da Terra.
Nunca estivemos perto de um asteroide do tipo M antes, tampouco fomos capazes de estudar o núcleo da Terra porque é muito profundo — então, quando esta missão voltar em 2026, deve nos fornecer uma nova compreensão do asteroide e dos processos planetários.
Missão Dart
Pouco tempo depois do início da jornada de Psyche, a missão Dart, lançada em novembro de 2021, deve chegar ao seu destino no fim de setembro.
A Dart — sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo — está indo em direção ao asteroide Didymos, e o satélite natural menor que orbita ao redor dele, Dimorphos.
O objetivo é testar qual tecnologia seria necessária para salvar a Terra de um eventual asteroide no futuro.
A Dart vai colidir propositalmente com o menor dos dois corpos celestes, Dimorphos, para mover sua órbita um pouco mais perto de Didymos, o maior.
Isso pode fornecer informações valiosas sobre como desviar qualquer asteroide em rota de colisão com a Terra no futuro.
ExoMars
O ano de 2021 foi movimentado para as missões a Marte, com o lançamento do robô Perseverance, da Nasa, e do robô chinês Zhurong, que continuam a enviar imagens incríveis e dados da superfície do planeta vermelho.
Em setembro de 2022, a Agência Espacial Europeia deve lançar a próxima parte de sua missão ExoMars, em colaboração com a Roscosmos.
A primeira parte da missão, ExoMars 2016, enviou um Trace Gas Orbiter (TGO) para orbitar ao redor de Marte no fim de 2016.
A ExoMars 2022 pretende enviar um robô, o Rosalind Franklin, à superfície marciana para procurar sinais de vida passada.
Se o lançamento correr como planejado, teremos que esperar até 2023 para que a ExoMars chegue a Marte, e o robô comece a explorar sua superfície.
Em suma, 2022 parece ser um momento um tanto emocionante e frutífero para a exploração espacial.
*Monica Grady é professora de Ciências Planetárias e Espaciais na The Open University.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
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Fonte: BBC