(FOLHAPRESS) – O empresário bolsonarista Esdras Jonatas dos Santos, investigado sob suspeita de incentivar agressão a repórteres no acampamento golpista em frente a um quartel do Exército em Belo Horizonte, é considerado foragido da Justiça.

Ele teve a prisão decretada e não foi localizado pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (15).

A polícia realizou operação para prender o empresário, apontado como um dos líderes do acampamento, além de cumprir mandados de busca e apreensão na casa de outros envolvidos nas agressões.
O advogado do empresário, Ramon dos Santos, disse que o cliente está em Miami.

Em nota, inicialmente, declarou que o empresário se apresentaria à Justiça. No entanto, em seguida, afirmou que deixou o caso por quebra de confiança.

A turba apoiadora do ex-presidente que se encontrava em frente ao quartel agrediu repórteres que faziam a cobertura do acampamento em duas ocasiões.

Na primeira, em 5 de janeiro, um fotógrafo do jornal “Hoje em Dia” levou chutes e pontapés e teve a câmera roubada pelos bolsonaristas. O repórter passou a noite no hospital por ter levado uma pancada na cabeça.

A segunda ocorreu no dia seguinte, durante operação de desmonte do acampamento pela Prefeitura de Belo Horizonte. Dois repórteres, da Band Minas e do jornal O Tempo, foram agredidos, com ferimentos sem gravidade.

A prefeitura determinou a retirada do acampamento por não haver licença para instalação da estrutura, que envolvia barracas, banheiros químicos e pontos para fornecimento de comida e bebida.

O acampamento foi montado pelos bolsonaristas depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência, no segundo turno da eleição do ano passado, em 30 de outubro.

A operação de retirada do acampamento foi realizada por agentes do setor de fiscalização e da Guarda Municipal. Santos era um dos mais exaltados durante a desmobilização da estrutura. Chegou a cair várias vezes no chão quando tentava ser contido por alguns bolsonaristas menos transtornados.

Em outro momento, quando um representante do Exército informava que ninguém mais poderia ficar em frente ao quartel, o empresário chorou e acabou repreendido pelo oficial: “Cala a boca. Para de chorar”.