Reunião no Palácio do Planalto em 6 de abril\2020. Foto: Isac Nóbrega/PR.

O Acre confirmou a primeira morte pela Covid-19 nesta segunda-feira, 6, com isso, quase todos os estados, com exceção de Tocantins, registraram óbitos pela doença no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o 15º país no mundo com maior número de casos; o 13º em número de óbitos; e o 8º em taxa de letalidade.

São Paulo segue como epicentro da pandemia com mais da metade dos falecimentos de todo o país – 304 -e 4.866 infectados.

Depois de SP, os estados com mais mortes e casos são: Rio de Janeiro (71), Pernambuco (30), Ceará (29) e Amazonas (19).

Com as mortes em 564, o número de casos passou a casa dos 12 mil (12.161). O número marca um crescimento de 8% em relação a ontem. A taxa de letalidade do país está em 4,6%.

Reduzir isolamento social

O Ministério da Saúde propõe reduzir parcialmente o isolamento em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura de saúde vagos. A medida, de acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira, 6, passaria a valer na segunda-feira, 13.

Segundo Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério, em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira, a partir da próxima semana, portanto, cidades com mais de 50% da capacidade de atendimento médico disponível poderiam passar do Distanciamento Social Ampliado (DSA) – estratégia que não tem limitações apenas para grupos específicos – todos os setores da sociedade devem permanecer em isolamento; para uma transição ao Distanciamento Social Seletivo (DSS) – quando apenas alguns grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

Pico de infecção por regiões

Segundo previsão feita pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a infecção pela doença deve disparar neste mês e continuar crescendo até junho, quando a curva de contágio deve começar a desacelerar.

As regiões brasileiras enfrentarão os picos da doença em momentos diferentes. Primeiro São Paulo e Rio de Janeiro, que registraram os primeiros casos e têm maior número de infecções.

Depois, segundo relatório divulgado pela Fiocruz, correm risco os centros urbanos de Brasília, Recife, Salvador, e, então, a região litorânea entre Porto Alegre e Salvador e várias microrregiões de Paraíba, Ceará e Pernambuco.

Outras áreas com risco alto são as microrregiões no entorno de Cuiabá, Goiânia e Foz do Iguaçu, no Paraná.

SP prorroga a quarentena

O governo de São Paulo ampliou a quarentena no estado a partir desta quarta-feira, 8, até o dia 22 de abril. A medida segue sem flexibilizações, e foi tomada para conter o avanço do coronavírus no estado. A determinação será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (7).

Os prefeitos tem a obrigação de seguir a orientação e usar o “poder de polícia em caso de desobediência”. Sem a adoção de medidas de isolamento social, como a suspensão de aulas e a recomendação de que a população fique em casa, o cenário previsto seria de 5 mil mortes no estado até o dia 13.

Por isso, nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade ou área do estado de São Paulo será admitida e as Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir, segundo o governador Joao Doria. Outros 15 estados tbm decidiram por prorrogar a determinação de isolamento social.

Respiradores

33% das cidades brasileiras têm no máximo 10 respiradores mecânicos nos hospitais públicos e privados. O equipamento é essencial para garantir a sobrevivência de pacientes com quadros severos da Covid-19.Segundo o Ministério da Saúde, há 65.411 ventiladores mecânicos no país, sendo que 46.663 estão no Sistema Único de Saúde (SUS).

Do total, 3.639 encontram-se em manutenção ou ainda não foram instalados. Não é viável prever, com exatidão, de quantos aparelhos o Brasil necessitará nas próximas semanas – dependerá do número de contaminações. Não há cidades sem nenhum respirador mecanico, mas, em 861 municípios, existe apenas um disponível.

Segundo o Ministério da Saúde, foram comprados mais 17 mil respiradores de fabricantes nacionais que devem ser entregues de forma gradual de 30 a 90 dias. Além destes, há um contrato de R$ 1,01 bilhão para compra de 15 mil respiradores com uma empresa de Macau, uma região administrativa da China que devem ser entregues de forma fracionada daqui a 15 dias.

A previsão da Associação Latino-Americana do Tórax e pneumologista na Argentina é de que, em um cenário de baixo impacto, faltem respiradores no Brasil em 15 dias. 80% dos casos do novo coronavírus serão leves e 20% exigirão a ida ao hospital. Do total, 5% devem requerer o uso do ventilador respiratório.

Ajuda para pequenas e médias empresas

O programa de financiamento da folha de pagamento para pequenas e médias empresas foi regulamentado hoje (6) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião extraordinária.

Com isso, as empresas já podem pedir o empréstimo aos bancos. Cerca de 1,4 milhão de pequenas e médias empresas, que empregam 12,2 milhões de trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, receberão R$ 40 bilhões de crédito com juros baixos para manter a folha de pagamento por dois meses. O limite de financiamento é de dois salários mínimos.

Ou seja, se o trabalhador ganha mais de dois salários mínimos, a empresa terá de complementar o salário. Ao contratar o crédito, a empresa assume o compromisso de não demitir o funcionário nesse período de dois meses. A taxa de juros será de 3,75% ao ano (atual taxa Selic), com seis meses de carência e 36 meses para o pagamento.

Os recursos virão do Tesouro Nacional (85%) e das instituições financeiras participantes (15%). Em caso de inadimplência, as perdas serão absorvidas pelo Tesouro e pelos bancos participantes nessa mesma proporção. A União, por meio do Tesouro Nacional, aportará até R$ 34 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que atuará como agente financeiro da União no programa.

O post Brasil se prepara para enfrentar pico da COVID-19, mas vai reduzir isolamento apareceu primeiro em .

Fonte: Gazeta News