O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que veículos com doações a moradores do litoral norte paulista atingidos pelas chuvas têm sido alvo de roubos. “Estão saqueando caminhonetes com mantimentos doados. Coloquei o Choque (Batalhão da PM) para acabar com isso”, afirmou ele ao blog da repórter Andrea Sadi, do G1. Outro motivo para o reforço no policiamento local, segundo o Estado, é o alto número de casas que tiveram de ser abandonadas diante do risco de novos deslizamentos. Há previsão de mais chuvas até sexta-feira, 24, e o total de mortos já está em 48 e há 36 desaparecidos.

Conforme o governo, na terça-feira, 21, o policiamento na região foi reforçado com 80 policiais do Choque. Nesta quarta-feira, 22, devem chegar mais 300 policiais para o policiamento preventivo na região. Após o temporal, entre sábado e a madrugada de domingo, o governador transferiu seu gabinete para a prefeitura de São Sebastião para tomar as providências relativas ao enfrentamento dos efeitos da tragédia.

Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite afirmou que, até agora, não houve registros de boletim de ocorrência relativos a saques nos locais afetados. “O que aconteceu foi que moradores da região falaram diretamente para o governador, que foi até o local, que estavam preocupados e com medo da casa ser saqueada”, disse.

Esse receio surgiu, continuou ele, porque mais de mil moradores da Barra do Sahy, em São Sebastião, tiveram de ser alojados no Instituto Verde Escola por questão de segurança. “O que existe por parte da população é uma preocupação: primeiro, de que a casa seja saqueada. E, segundo, a gente entende também essa certa resistência de alguns, de não querer sair da residência”, prosseguiu Derrite.

A Justiça de Caraguatatuba determinou que o Estado pode obrigar famílias que ainda vivem em áreas de risco no litoral norte paulista a saírem de suas casas se os imóveis estiverem em áreas de risco. A liminar foi concedida após pedido apresentado pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e pela prefeitura de São Sebastião.

“A ideia é não tirar ninguém de forma coercitiva”, disse o comandante da PM, coronel Cassio Araújo de Freitas. “É importante para a polícia ter essa ferramenta. Mas, via de regra, a pessoa quando se sente assistida pela polícia obedece a ordem, porque sente segurança nesse trabalho”, afirmou.