Sede dos Jogos Olímpicos de 2016, de sete partidas da Copa do Mundo de 2014 – incluindo a decisão – e de duas finais de Copa América nos últimos quatro anos, a cidade do Rio de Janeiro quer se manter como referência esportiva no Brasil e no mundo e espera sediar pelo menos mais dez grandes eventos em uma década. A ideia é aproveitar toda a infraestrutura esportiva e hoteleira já existentes na cidade para convencer federações a trazerem seus campeonatos mundiais para o Rio. Ao todo, 42 entidades que organizam essas competições já foram sondadas.

O prefeito Eduardo Paes (PSD) apresentou o projeto na terça-feira, em parceria com o Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB). A fundação, que é mantida com recursos privados e atua com a finalidade de prospectar eventos com potencial turístico para a cidade, contratou uma empresa de consultoria suíça especializada em eventos esportivos, a 2IS. A empresa, por sua vez, manteve contato com 42 federações e mapeou 73 eventos com potencial de serem realizados no Rio até 2032.

“O investimento necessário para ser sede de eventos esportivos no Brasil hoje é pequeno, comparado ao que já se investiu para a formação de capital humano e para construção de estádios, arenas, aeroportos e toda infraestrutura física que temos hoje”, considerou Carlos Werneck, presidente do Rio CVB. “Nossa ideia é que possamos avançar nesse nicho e explorar todo o potencial da cidade.”

Dos 73 eventos mapeados, os dez maiores despertam especial interesse pelo potencial de retorno financeiro. Eles incluem competições que seriam disputadas exclusivamente na cidade, como o Mundial de Esportes Aquáticos, de Golfe e de Hipismo, e outras que teriam o Rio como sede principal. Uma delas é a Copa do Mundo Feminina, de futebol, que está no radar da CBF. O Brasil, aliás, chegou a manifestar interesse em sediar a edição deste ano, mas desistiu meses antes da definição de Austrália e Nova Zelândia.

A realização dos Jogos Pan-Americanos de 2031 também está sob análise da prefeitura. O Rio de Janeiro sediou a edição pela última vez em 2007, e com o Parque Olímpico construído para os Jogos de 2016, tem praticamente toda a estrutura já pronta. “Hoje o Rio tem um conjunto de equipamentos esportivos que permite trazer para cá grandes eventos, que podem ter um impacto econômico fantástico na cidade”, lembrou Paes.

ESTUDO

O levantamento feito pela suíça 2IS apontou que, se conseguir trazer os dez maiores eventos esportivos dentre os 73 mapeados, o Rio poderá ter um retorno financeiro de cerca de US$ 3 bilhões (R$ 15,2 bi, na cotação atual).

Em função dos prazos para candidaturas, algumas das competições na mira aconteceriam apenas na próxima década, como o Mundial de Ciclismo (2031) e a Presidents Cup, de golfe (2032), além do Pan. O Rio, contudo, também está de olho nos Mundiais de Basquete Masculino (2025), Feminino (2026) e na Copa do Mundo de Futebol Feminino (2027), cuja sede será definida pela Fifa no próximo ano. Até o momento, Alemanha, Holanda e Bélgica manifestaram interesse em sediar de forma conjunta a competição.

A realização da Copa, no entanto, demandará um esforço conjunto com a CBF e o governo federal. Isso porque, além do Rio, seriam necessárias pelo menos mais sete cidades-sedes espalhadas pelo País.