15/01/201802h00Delegado do núcleo de combate a crimes cibernéticos da Polícia Civil de Curitiba, Demetrius Gonzaga de Oliveira é um dos pioneiros nessa área no país e defende para agilizar o combate às mentiras virtuais que possam prejudicar candidatos nas eleições de outubro deste ano.
Há 12 anos na unidade, ele explica que, pela lei atual, autores de fake news poderiam ser de menor potencial ofensivo, como calúnia, injúria e difamação, o que não permite a adoção de medidas mais drásticas na investigação, como quebras de sigilo e interceptações telefônicas.
Outro obstáculo para a punição mais efetiva, segundo o delegado, é o fato de que na maior parte dos casos investigados não fica claro quem estava por trás do autor.
“A motivação do cara você dificilmente consegue identificar. Eles encobrem a fonte porque têm a certeza de que quem vai patrocinar a defesa, com bons advogados, são esses caras que eles devem proteger, para quem eles trabalham”, afirma.
Ao pedir mais poderes na investigação, o delegado diz reconhecer que toda quebra de sigilo, mesmo que autorizada, é uma “violação de um direito”. Mas, argumenta, a sociedade tem que dar crédito às autoridades.

Fonte: Folha de S.Paulo