BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articula a formação de dois blocos no Senado, com cerca de 50 dos 81 senadores. Um dos blocos reuniria PT, PSD e PSB –com 28 senadores– e o outro, MDB, União Brasil e PDT –com 22. Segundo o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), as conversas ainda estão em andamento.

Na semana passada, PL, PP e Republicanos anunciaram a formação de um bloco partidário para impulsionar a candidatura do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), que disputa a presidência contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Juntos, esses partidos têm 23 senadores.

Apesar da construção dos blocos governistas, a bancada do PT no Senado tem brigado para conseguir mais espaço nas comissões. Pelo arranjo negociado por Pacheco com os partidos que o apoiam, o PT pode ficar sem as três comissões consideradas mais importantes na Casa.

O ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) deve continuar na presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) –por onde passam todas as matérias em discussão. Já o PSD quer se manter na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

A CRE (Comissão de Relações Exteriores) pode ficar com outro ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL). Reservadamente, petistas afirmam que a bancada quer a CRE, a CAE e a CAS (Comissão de Assuntos Sociais).

Parte da bancada do PT também reivindica a vice-presidência do Senado para Humberto Costa (PT-PE). Pacheco quer manter no cargo o emedebista Veneziano Vital do Rêgo (PB). Caberia ao PT a indicação da primeira secretaria da mesa diretora, com Rogério Carvalho (PT-SE).

Na chegada ao jantar promovido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Marinho afirmou que teria condições de vencer Pacheco se a eleição fosse hoje. O candidato disse que tem boa relação com mais de 30 senadores com quem conviveu quando era deputado federal e ministro.