SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Sorocaba, no interior de São Paulo, prendeu nesta quinta-feira (2) o suspeito de ser mentor intelectual de um roubo de obras de arte expostas na Estação Pinacoteca, na região da Luz, centro da capital paulista, em junho de 2008.

A prisão dele foi realizada durante a Operação Boomerang, criada para combater um grupo criminoso que controlava o tráfico de drogas e praticava outros crimes na região do bairro Vila Carol. Outros três homens foram presos. A identidade deles não foi divulgada.

Com eles, foram apreendidas porções de drogas e uma caneta metálica com capacidade de disparos de munição calibre 22.

No roubo à extensão da Pinacoteca, três ladrões armados entraram no local se passando por estudantes, retiraram os quadros das paredes e fugiram rendendo uma funcionária.

Naquela data, foram levadas duas gravuras de Pablo Picasso (1881-1973), avaliadas entre US$ 4.000 e US$ 6.000; outra do lituano naturalizado brasileiro Lasar Segall (1889-1957), estimada entre US$ 30 mil e US$ 40 mil; e um quadro do brasileiro Di Cavalcanti (1897-1976), avaliado em US$ 500 mil.

Todas as obras foram recuperadas posteriormente.

A polícia suspeita de que os ladrões tenham roubado as obras sem ter a quem vendê-las. “São amadores em relação à arte”, disse, em agosto de 2008, o então diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), Aldo Galiano.

A fala de Galiano ocorreu durante a apresentação da gravura “Minotauro, Bebedor e Mulheres”, do pintor espanhol Pablo Picasso. Ela foi a última dos quatro quadros roubados a ser recuperada.

O quadro foi encontrado intacto por policiais do 34º Distrito Policial (Vila Sônia), na zona oeste, na altura do km 15 da rodovia Raposo Tavares, após um telefonema anônimo.

O local onde a obra foi achada é próximo à favela Paraisópolis, que havia sido cercada, quando uma primeira ligação informou à polícia que a gravura estava ali. Nenhum suspeito foi preso na operação.

Segundo a polícia, a obra foi deixada próximo à rodovia pelos ladrões, que teriam ficado “acuados” após o cerco à favela.

Em julho de 2008, cerca de um mês depois do crime, policiais civis localizaram a gravura “O Pintor e Seu Modelo”, de Pablo Picasso, escondida em um prédio em Itaquera, na zona leste. Um homem foi preso naquela ocasião.

Ao ser questionado, o então diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo, confirmou a autenticidade da gravura. “A obra está em ótimas condições. Ela não foi nem mesmo retirada da moldura. Nós estamos muito contentes e satisfeitos pela localização e pelo estado em que a obra foi encontrada.”