SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O Conselho Deliberativo do Palmeiras aprovou na semana passada o orçamento para 2022. Embora tenha apresentado previsão orçamentária conservadora, com receita líquida de R$ 625 milhões e superávit de R$ 14 milhões, o documento elaborado pelo Comitê Orçamentário traz um item com gasto elevado e sem detalhamento nas demonstrações financeiras. O órgão prevê que o clube vai gastar R$ 117 milhões com despesas gerais e administrativas.

O Palmeiras foi procurado pela reportagem do UOL Esporte para comentar sobre as metas para 2022, mas não respondeu.

No balanço do ano passado, que mostrou que as despesas gerais e administrativas já haviam aumentado de 14% para 17%, a explicação foi que “o aumento das despesas gerais administrativas decorreu da provisão de contingências constituídas no montante estimado das ações classificadas pelos assessores jurídicos como perda provável”.

Eleita presidenta do Palmeiras na semana passada, Leila Pereira decidiu contratar a empresa Ernst & Young para fazer auditoria completa no clube e, assim, evitar surpresas desagradáveis.

Um grupo de conselheiros descontentes pretende apresentar uma proposta de alteração do estatuto do Palmeiras.

“Neste ano de 2021, é importante acrescentar, a documentação enviada inclui apenas três páginas sobre o orçamento e o parecer do COF. Não apresenta dados sobre o exercício 2021 [orçado x realizado], não traz informações contextuais sobre o estado financeiro do clube, não detalha rubricas genéricas de gastos e não vem acompanhada do planejamento anual da gestão, o que inviabiliza o cotejamento do orçamento com os planos de trabalho”, diz trecho do documento que será enviado para apreciação dos sócios.

As críticas do grupo passam pelo tempo para avaliação da projeção das contas. Segundo eles, neste ano o documento foi enviado aos membros do órgão apenas 72 horas antes da votação. Além disso, criticam a falta de debate para discutir pontos importantes do orçamento.

A proposta para a alteração estatutária prevê que os membros recebam a documentação com 15 dias de antecedência. Na sequência, os signatários requerem a necessidade do envio de informações contextuais sobre a situação financeira do Palmeiras, no mesmo prazo da sugestão de emenda anterior, incluindo dados referentes aos três últimos anos. Ainda é reivindicada a possibilidade de que documentos pertinentes sejam requisitados cinco dias antes da votação.