(UOL/FOLHAPRESS) – Uma porteira foi agredida por um morador do prédio onde ela trabalha, no Flamengo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro. Imagens de câmeras de segurança do dia 27 de setembro mostram o geógrafo Ronaldo Wilken, morador do edifício, discutindo com Joyce Caroline Fernandes, 27, e em seguida, agredindo a funcionária com tapas e cotoveladas.

Nas imagens, é possível ver quando um segundo morador chega ao edifício com um cachorro e tenta impedir a agressão, saindo em defesa da porteira. O caso foi registrado na 9ª DP, Catete, e esse não foi o primeiro registro de ocorrência contra o morador.”É um sentimento horrível. Tive crises de ansiedade, não tenho cabeça para voltar ao meu trabalho e a única pessoa que se solidarizou comigo foi o morador que aparece no vídeo me defendendo. O síndico ligou apenas para informar que seriam descontados os dias que tirei de licença médica”, lamenta a porteira Joyce Caroline, à reportagem.

Em 15 de agosto, Joyce afirma ter sofrido assédio sexual de um zelador do prédio e chegou a fazer registro de ocorrência na Delegacia da Mulher. Assustada com a situação, a vítima conta que tirou 14 dias de licença no trabalho, mas, mesmo após a denúncia, nada aconteceu com o assediador.

A vítima conta que o suspeito tinha saído em defesa do zelador: “Ele disse que eu estava inventando aquilo tudo, que não houve assédio, que eu não teria como provar nada, que eu era doente, problemática e disse que queria que eu ‘vazasse’ dali”, disse a porteira.

Com as ameaças, Joyce ficou assustada, registrou a ocorrência contra o morador e foi afastada novamente do trabalho. Quando retornou, soube que Ronaldo estava viajando e ficou mais aliviada, já que não o encontraria.

Dias depois, quando retornou ao prédio, assim que Ronaldo se aproximou da portaria, a Joyce começou a gravar o áudio.”Assim que ele me viu, perguntou o que eu ainda estava fazendo ali, por que não pedi demissão e se eu me achava bonita para sofrer assédio”, relatou a porteira, que foi agredida em seguida.

A vítima trabalha no prédio há dois anos e oito meses e foi agredida no rosto e nos braços. Após as agressões, ela chamou a polícia, que foi até o local para levar os dois à delegacia.

De acordo com a polícia civil, os casos foram registrados na 9ª DP (Catete) como ameaça, lesão corporal e injúria. Em nota, a corporação afirmou que foi ouvida em sede policial e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).

A reportagem entrou em contato com Ronaldo Wilken por mensagem, mas não obteve resposta até o momento. À TV Globo, ele negou as agressões, mas disse que não se manifestaria até consultar seus advogados. A reportagem também tentou contato, por telefone, com o condomínio do prédio, mas não foi atendida.