SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A rede de cursos preparatórios Damásio Educacional afirmou nesta segunda (22) que não possui mais vínculo com Marcos Scalercio, juiz do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) acusado por mulheres de abuso sexual. A informação, divulgada primeiramente pelo portal G1, foi confirmada pela Folha de S.Paulo.

O magistrado, que nega as acusações, dava aulas de direito material e processual do trabalho na instituição que oferece cursos de pós-graduação e preparatórios para o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e carreiras públicas.

O magistrado foi acusado por três mulheres de assediar, forçar beijos e fazer reunião enquanto estava nu e se masturbando. As denúncias foram recebidas pelo Me Too Brasil, em parceria com o Projeto Justiceiras. De acordo com a organização, uma das pessoas que fizeram a queixa era sua aluna -as outras duas atuavam como servidora e estagiária.

Logo após a repercussão do caso, a Damásio afirmou ter realizado uma sindicância interna, mas que nenhuma denúncia chegou pelos seus canais formais.

“Para questões desta natureza, a instituição disponibiliza um canal de denúncias oficial, que se destina a registrar desvios de conduta, tendo como desdobramento o procedimento administrativo de apuração com base em normativos internos”, informou a instituição no último dia 16.

Ainda assim, a entidade decidiu “afastar o docente de suas atividades” naquele momento. Nesta segunda, confirmou que o magistrado “não possui nenhum vínculo com a instituição”.

A instituição não informou se houve demissão ou se Scalercio solicitou o desligamento. “Infelizmente, a instituição não pode passar informações detalhadas sobre esse processo”, relatou por meio da sua assessoria.

Procurada, a defesa do juiz, que é realizada pelo escritório de advocacia Capano, Passafaro Advogados Associados, comunicou que não possui informações sobre o desligamento do magistrado com a Damásio.

Os advogados dizem que o magistrado é “um profissional de reconhecida competência e ilibada conduta pessoal, quer seja no âmbito acadêmico, quer seja no exercício da judicatura”.

Segundo o TRT-2, Scalercio está de férias e deve permanecer de recesso até 6 de setembro.

O tribunal realizou uma investigação e diz ter concluído que não havia provas suficientes para a abertura do processo de assédio. O caso foi arquivado por insuficiência de provas, e a medida está sob análise no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).