Em uma semana em que as primeiras vacinações COVID-19 foram administradas em Massachusetts…

Em uma semana em que as primeiras vacinações COVID-19 foram administradas em Massachusetts para profissionais de saúde da linha de frente, há dúvidas sobre como o estado planeja distribuir doses extras da vacina para comunidades de cor que foram duramente atingidas pela pandemia.

Framingham e Milford estão entre essas comunidades, pois cada uma tem uma grande população de minorias que enfrenta altas taxas de infecção por COVID-19.

Na semana passada, o COVID-19 Vaccine Advisory Group, do governador Charlie Baker, anunciou planos para distribuição de vacinas, incluindo um fornecimento extra de 20% para comunidades que sofreram um impacto desproporcional.

Mas há dúvidas sobre esse suprimento extra, incluindo como será calculado e quem o receberá.

Sam Wong, diretor de saúde pública de Framingham, também expressou suas dúvidas. Embora ele tenha elogiado o estado por tomar uma posição sobre a igualdade da vacina, deixou claro que não recebeu informações sobre o como será feito na sua cidade.

Framingham foi classificada como uma zona “vermelha” por meses, a cor sugerindo o maior risco para COVID-19 em um gráfico desenvolvido pelas autoridades estaduais de saúde pública.

Framingham provavelmente verá doses extras, de acordo com o Dr. Paul Biddinger, presidente do COVID-19 Vaccine Advisory Group, porque é uma das 23 comunidades que estão no “Stop the Spread”. O estado designou essas comunidades para obter locais de teste que administram vacinas gratuitamente, porque estão enfrentam as maiores taxas de infecção. Marlborough também está neste grupo.

Todas as 23 comunidades “provavelmente” receberão algum nível de vacina extra, de acordo com Biddinger.

Milford, no entanto, não está no “Stop the Spread”, apesar de estar na zona vermelha por várias semanas. No dia 15, 27% do total de casos positivos de COVID-19 nesta cidade são classificados como de origem hispânica, latina e espanhola.

A diretora de saúde pública de Milford, Jacqueline Murphy, alertou que os dados de seu departamento estão incompletos.

A chegada das doses extras deve ocorrer durante a segunda e terceira fases do plano de distribuição da vacina do estado, conforme informou Biddinger.

A desconfiança na vacina pode limitar os esforços para que todos sejam vacinados, especialmente em comunidades de cor. Alguns membros da comunidade brasileira de Framingham não querem tomar a vacina. “A comunidade brasileira está dividida”, disse Liliane Costa, diretora executiva do Brazilian American Center (BRACE), que fica no centro de Framingham. “Algumas pessoas têm um pouco de medo dos efeitos a longo prazo, mas também falo com pessoas que estão prontas para se vacinar”, afirmou.

Uma pesquisa recente feita pelo do MassInc Polling Group em Boston, com 800 residentes, confirmou os sentimentos de desconfiança nas comunidades minoritárias. Ele mostra grandes diferenças em quem planeja ser o primeiro na fila quando as vacinas estiverem disponíveis.

De acordo com a pesquisa, 67% dos entrevistados brancos, com nível superior, disseram que tomariam uma vacina o mais rápido possível. Já na comunidade negra, também com pessoas com nível superior, a porcentagem caiu para 48%, e 45% entre os latinos com diploma universitário.

De acordo com a pesquisa, 65% dos entrevistados justificaram sua desconfiança na vacina sob o argumento de que ela não foi testada exaustivamente. Já 61% alega falta geral de confiança no governo em questões de saúde.

Políticas anti-imigrantes que prejudicam as comunidades negras e pardas também diminuem a confiança no sistema de saúde, de acordo com Michael Curry, membro do COVID-19 Vaccine Advisory Group e novo diretor executivo da Mass League of Community Health Centers.

Para combater a desconfiança, ele disse que é necessário haver mensagens diretas para as comunidades de cor que falam sobre a ciência, os dados e a eficácia das vacinas contra a COVID-19.

O BRACE tem divulgado mensagens sobre os benefícios das vacinas. A organização sem fins lucrativos oferece uma variedade de serviços aos imigrantes brasileiros e usa seu site para educar a comunidade a importância da vacinação. Também está usando sua estação de rádio online – a Scalabrini Radio – para divulgar mensagens positivas.

“Estamos tentando tudo que podemos, mas não é fácil, pois não estamos vendo as pessoas pessoalmente por causa da pandemia”, afirmou Liliane. (com informações do MetroWest Daily News)

Fonte: Da redação

Fonte: Brazilian Times