Thayna Malta é uma jovem brasileira que está nos Estados Unidos fazendo intercâmbio desde…

Thayna Malta é uma jovem brasileira que está nos Estados Unidos fazendo intercâmbio desde 2019, ela fala sobre como está a situação por lá, e como tem se sentido no epicentro da doença. Atualmente, ela mora em Boston (Massachussetts). Ela diz que lá, estão em isolamento desde a segunda de março e que no primeiro momento, houve uma certa escassez de informações.

Uma reportagem realizada pelo Diário de Petrópolis registrou um pouco do cotidiano de Thayna e como ela está enfrentando a crise causada pela pandemia do Coronavírus nos Estados Unidos. “Estamos em isolamento desde a segunda semana de março, mas antes disso e dos decretos feitos pelos governadores, ninguém estava acreditando muito nessa pandemia”, afirmou ela.

De acordo com a jovem, todos tinham noção e temiam o que estava acontecendo, mas a vida seguia normalmente. “Depois começaram a surgir notícias de que em Boston os casos estavam aumentando. Além disso, uma empresa fez uma videoconferência dizendo que um funcionário estava infectado e poderia ter transmitido a doença aos demais”, disse ela.

Ela destacou que em fevereiro foi a uma palestra em Harvard, em que a temática do novo coronavírus estava sendo discutida em aspectos políticos, e não de saúde pública e mundial, como deveria. “As pessoas discutiam sobre como estava a relação do governo chinês com os casos da covid.

A pauta da palestra eram questões muito mais políticas do que de saúde propriamente. Discutíamos o que estava acontecendo na China sem mínima esperança de que aqui poderia virar o epicentro da doença – contou, impressionada com a situação.

Thayna conta que sua “Host Family” decidiu ficar de quarentena antes mesmo das orientações dos governos, e, que lá, os comércios foram fechando aos poucos. Devido à rapidez da propagação da doença, muitas pessoas não souberam como lidar. “Os casos confirmados da doença começaram a aumentar muito em Nova York e os comércios foram fechando aos poucos.

Eu e minha família hospedeira estamos trancados em casa há quase dois meses. A nossa vida tem sido resumida em pedir coisas pela internet, e, quando as compras chegam, as deixamos um dia inteiro do lado de fora da casa pelos riscos de algo estar contaminado, em seguida jogamos as caixas fora pra não entrar com elas dentro de casa também. Desinfetamos tudo o tempo inteiro.

Aqui em Massachussetts os casos estão aumentando muito, e apesar do grande número de mortes ainda não chegamos na fase de pico”, afirmou.

Ela contou que neste momento, se sente duplamente isolada pois o fato de estar em outro país e longe de seus familiares já causa essa sensação de isolamento. Contudo, agora que não pode sair de casa, essa angústia se intensifica. “Minha família de verdade está no Brasil, tudo que eu tenho aqui são os meus amigos e não posso vê-los.

É muito difícil e preocupante lidar com isso pois há um mês começamos a fechar tudo e seis semanas depois viramos o epicentro da doença e não temos testes pra todo mundo, isso me deixa com muito medo. É uma sensação muito surreal e agonizante estar aqui e saber o que pode acontecer com o Brasil e com os meus entes queridos se os cuidados não forem tomados”, lamentou.

Além da falta de testes para a população, Thayna contou que os Estados Unidos também estão sofrendo com a falta de produtos que protegem contra a doença, como por exemplo, máscaras e álcool em gel – algo que pode ter atenuado a propagação do vírus, visto que antes mesmo da epidemia ser detectada, quase 30 mil pessoas já possuíam a doença.

Questionada sobre a possibilidade de voltar para o Brasil, ela declara que apesar da saudade que sente do país e dos familiares, não pretende voltar pois percebe que aqui as medidas não estão levadas a sério como deveriam.

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Fonte: Redação – Brazilian Times.

Fonte: Brazilian Times