SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta sexta-feira (7) aos 103 anos Benjamin Ferencz, o último promotor vivo a participar do julgamento de nazistas no tribunal de Nuremberg, na Alemanha.

Segundo o The New York Times, ele morreu em uma casa de repouso na Flórida. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido na Romênia, Ferencz migrou aos 10 anos com sua família para os Estados Unidos, onde se formou em Harvard. O advogado começou a atuar como promotor em Nuremberg aos 27 anos, garantindo a condenação de vários oficiais alemães que lideraram esquadrões da morte itinerantes durante a guerra.

Os nazistas enfrentaram uma série de julgamentos por crimes contra a humanidade, incluindo o Holocausto, genocídio no qual seis milhões de judeus foram assassinados.

Logo em seu primeiro caso, ele viu todos os réus serem condenados, sendo que 13 receberam sentenças de morte.

“Hoje, o mundo perdeu um líder na busca por justiça para as vítimas de genocídio e crimes relacionados. Lamentamos a morte de Ben Ferencz. Aos 27 anos, sem experiência anterior em julgamento, ele obteve veredictos de culpado contra 22 nazistas”, escreveu o Museu Memorial do Holocausto, nos EUA, instituição para qual o advogado fazia doações.

Ferencz disse ao tribunal que os oficiais acusados executaram metodicamente planos para exterminar grupos étnicos, nacionais, políticos e religiosos. “O genocídio foi um dos principais instrumentos da doutrina nazista”, disse Ferencz.

Após o julgamento, ele defendeu por décadas a criação de um tribunal penal internacional, objetivo que viu se tornar realidade com a criação do Tribunal de Haia, em 2002. Ferencz trabalhou ainda para garantir uma compensação para as vítimas e sobreviventes do Holocausto.