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Image caption Alunos dizem que comportamento do médico era um ‘segredo conhecido’ no campus

Um médico da equipe de atletismo da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, abusou sexualmente de pelo menos 177 estudantes do sexo masculino entre 1979 e 1997, segundo uma investigação feita a pedido da instituição.

Richard Strauss, que se aposentou em 1998 e tirou a própria vida em 2005, é acusado de acariciar e realizar “exames desnecessários” em homens jovens enquanto atendia atletas de 16 modalidades esportivas.

O relatório afirma que os funcionários da universidade falharam em evitar os abusos, apesar de queixas feitas pelos alunos desde ao menos 1979, e acrescenta que os “esforços inadequados” para investigar os casos são “inaceitáveis”.

No documento divulgado pelo escritório de advocacia Perkins Coie, contratado pela universidade para realizar este trabalho, os investigadores dizem que os abusos ocorreram em vários locais do campus, incluindo salas de exames, vestiários, chuveiros e saunas.

‘Segredo conhecido’

Vários atletas relataram terem sido submetidos a exames genitais sem propósito, e alguns estudantes disseram acreditar que as ações de Strauss eram um “segredo conhecido” na comunidade universitária.

“Lamentamos muito que isso tenha acontecido”, disse o presidente da universidade, Michael Drake, em uma coletiva de imprensa. “Isso é chocante e doloroso de compreender.”

Drake está no cargo desde 2014. Ele reconheceu ter ocorrido um “fracasso institucional consistente”, mas buscou distanciar a Universidade Estadual de Ohio, a terceira maior do país, com 65 mil alunos, dos eventos ocorridos há mais de duas décadas atrás.

“Esta não é a universidade hoje”, acrescentou.

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Image caption Universidade Estadual de Ohio é a terceira maior dos EUA, com 65 mil alunos

‘Sonhos foram destruídos’

Vários ex-alunos estão processando a universidade e pedem que ela assuma a responsabilidade pelo dano infligido pelo médico.

“Sonhos foram destruídos, os relacionamentos com os entes queridos foram prejudicados, e os danos agora afetam nossos filhos, já que muitos de nós nos tornamos tão superprotetores que isso prejudica nosso relacionamento com eles”, disse Kent Kilgore, ex-integrante da equipe de natação da universidade, em um comunicado.

Steve Estey, advogado de alguns dos ex-alunos, afirmou: “Se a universidade se recusar a assumir a responsabilidadade, vamos dar continuidade ao processo e levá-la diante de um júri”.

Em maio de 2018, a Universidade Estadual de Michigan concordou pagar US$ 500 milhões (R$ 2 bilhões) para 332 ginastas que foram abusados ​​pelo ex-médico Larry Nassar.

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Fonte: BBC