Policiais tentaram se aproximar da ilha em um bote mas foram recibidos com arcos e flechas.
Autoridades indianas fracassaram na primeira tentativa de resgatar o corpo do missionário americano John Allen Chau, morto por membros de uma tribo isolada na Ilha Sentinela do Norte, na Índia, em 16 de novembro.
Os policiais tentaram se aproximar da ilha em um bote neste final de semana, mas tiveram que retornar. Segundo reportagem do jornal The New York Times, o chefe da polícia da região declarou que os sentinelas estavam com arcos e flechas na praia. “Eles estavam patrulhando a praia no mesmo local em que John foi morto, com armas. Se nos aproximássemos, eles teriam atacado”, disse. Apesar disso, a polícia conseguiu mapear a ilha com ajuda de pescadores locais e delimitar a área onde acredita que o corpo esteja enterrado. As autoridades iniciaram conversas com antropólogos e psicólogos para estudar a melhor maneira de realizar o resgate. “Você não pode trazer o exército e tirar o corpo. Não é desse jeito. Eles precisam observar a máxima cautela”, disse T.N. Pandit , antropólogo que visitou a ilha há alguns anos.
Chau, de 27 anos, foi abatido em 16 de novembro. Oficialmente, é proibido visitar esta ilha do Mar de Andaman. A tribo que mora lá é frequentemente descrita como a mais isolada do planeta e rejeita qualquer contato com o mundo exterior. O jovem pagou a pescadores para que o levassem até o local, em uma viagem proibida. Um dia antes de morrer, Chau esteve na ilha e um menino tentou atingi-lo com uma flecha, que acertou sua Bíblia.
Ele então nadou de volta ao barco dos pescadores, e só retornou na manhã seguinte, quando foi atacado por outros aborígenes. Em anotações que deixou no barco, ele escreveu: “EU NÃO QUERO MORRER. Seria mais esperto ir embora e deixar outra pessoa continuar. Não, eu acho que não”.
De acordo com a polícia indiana, as anotações deixadas por ele com os pescadores confirmam que ele sabia que corria o risco de morrer ao tentar contato com a tribo, extremamente agressiva contra qualquer um que se aproxime.
Fonte: A Semana