PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As polícias Civil e Militar investigam as circunstâncias que deixaram um homem morto e um PM baleado na noite de sexta (21) em Guarulhos, na Grande São Paulo.

De acordo com a Polícia Militar, agentes do 15° Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) faziam patrulhamento pelo bairro Pimentas quando viram uma pessoa em atitude suspeita caminhando pela rua Caminho Quatro. Não foi mencionado o motivo pelo qual os policiais desconfiaram do abordado.

O homem teria tentado fugir, mas foi alcançado. Durante a revista, o suspeito, ainda segundo a PM, teria iniciado uma briga com um dos policiais e tomado a arma dele, que estava presa ao coldre, e efetuado disparos contra o agente.
Outros PMs que também estavam no local reagiram e atiraram diversas vezes contra o suspeito.

O policial ferido e suspeito foram socorridos e levados para o Hospital Geral de Guarulhos. O homem abordado, contudo, não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o PM passou por cirurgia e seu quadro é estável, de acordo com a corporação.
A reportagem teve acesso a um vídeo gravado por testemunhas que mostra parte da abordagem. É possível ouvir uma sequência de três disparos e, depois de uma pausa, nova sequência se inicia, desta vez com cerca de dez estampidos semelhantes a tiros. Mesmo a distância, as testemunhas gritam que estão gravando e xingam os PMs.

Em nota, a PM afirma que os policiais do batalhão em questão são contemplados pelo uso das câmeras operacionais portáteis e que toda a ação foi registrada e será analisada. Outro trecho da nota diz que as imagens estão integradas às provas do Inquérito Policial Militar instaurado.

O comunicado acrescenta que as imagens divulgadas em redes sociais foram captadas a distância e não refletem, na íntegra, toda a ocorrência policial.

A Polícia Militar diz, ainda, que pessoas recolheram estojos de munições que estavam no chão, o que prejudicou a preservação do local para a perícia.

Procurada, a Ouvidoria da Polícia disse que tomou conhecimento da ocorrência por meio de denúncia via redes sociais da população local. O órgão afirma ter aberto procedimento para acompanhar o caso e que vai solicitar as imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos, além de gravações de câmeras de monitoramento, laudos necroscópicos, balísticos e residuográficos dos PMs e da vítima e laudo do local.

A Ouvidoria afirma, ainda, esperar que testemunhas possam informar detalhes do que presenciaram.