A bordo do Rolls-Royce preto de John Lennon, os Beatles desembarcaram no Palácio de Buckingham, em Londres, no dia 26 de outubro de 1965, para serem condecorados pela Rainha Elizabeth II.

Quatro meses antes, em junho daquele ano, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr foram nomeados para receber a medalha de Membros da Ordem do Império Britânico a pedido do primeiro-ministro Harold Wilson.

Criada em 1917 pelo Rei George V, a Ordem é uma homenagem àqueles que “serviram um papel não combativo”, contribuindo para Artes, Ciências, Trabalho de Caridade e Serviço Público. 

A nomeação dos Beatles desagradou membros mais conservadores já que, naquela época, a homenagem era concedida principalmente a veteranos militares e líderes cívicos. Em protesto, teve agraciado que devolveu suas insígnias. 

No dia da cerimônia com a Rainha, cerca de quatro mil fãs acompanharam a chegada dos Beatles no Palácio de Buckingham. Os garotos de Liverpool foram orientados sobre como deveriam se portar diante de Sua Majestade. Os quatro caminharam na fila com os demais condecorados até ficarem frente a frente com a Rainha; receberam as medalhas e ainda trocaram algumas palavras com a soberana, quando ela perguntou sobre a formação da banda.

Após a investidura, antes de deixar o local, os Beatles foram abordados por alguns funcionários e distribuíram autógrafos. Em entrevista coletiva, Paul disse que a Rainha era adorável e simpática. Lennon falou que ficou sem ação quando a soberana perguntou sobre a banda. E Ringo contou que fez Elizabeth II rir ao responder com bom humor às perguntas dela.

Em 1969, John Lennon devolveu a honraria em protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha na guerra civil da Nigéria e contra o apoio declarado aos Estados Unidos no Vietnã.

Os demais membros mantiveram uma relação cordial com a coroa. Em 1997, McCartney foi nomeado Sir da cavalaria real. E, em 2018, foi a vez de Ringo receber a mesma honraria.

Redação: Beatriz Evaristo

Sonoplastia: Messias Melo