SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Grammy, principal prêmio da música mundial, chegou à 65ª edição na noite deste domingo (5), com uma festa cheia em Los Angeles, nos Estados Unidos, que coroou Beyoncé como a artista com mais estatuetas da história do evento e deixou Anitta, indicada a artista revelação, de fora da lista de premiados.

A americana estava a quatro prêmios de superar a marca de artista com maior quantidade de estatuetas da história do Grammy, detida até então pelo maestro George Solti, que ganhou 31 prêmios em vida.

Assim foi feito, e ainda antes do fim da premiação a cantora já havia sido premiada nas categorias gravação dance/eletrônica, com “Break My Soul”, melhor performance de R&B tradicional, por “Plastic Off the Sofa”, melhor música de R&B, por “Cuff It”, e melhor álbum de dance/eletrônica, por “Renaissance”.

Beyoncé agradeceu o último deles com a voz embargada. “Estou tentando não ficar emocionada, e só receber isso. Quero agradecer a Deus e ao meu tio Jonny, que não está mais aqui. Quero agradecer meus pais por me incentivarem, meu marido, minhas lindas crianças, e à comunidade queer por inventarem este gênero”, disse.

O recorde é simbólico para a cantora, e não só pelo marco. Beyoncé tem um histórico de ser esnobada pela premiação -ganhou uma única estatueta nas quatro categorias principais, por exemplo, com “Single Ladies (Put A Ring On It)” eleita como música do ano em 2010, e perdeu para Adele em 2017 com o elogiado “Lemonade”, considerado sua obra-prima.

A noite de Beyoncé começou com o show do porto-riquenho Bad Bunny, o artista mais ouvido do mundo nos últimos dois anos. Em uma premiação conhecida pelo olhar americanizado, mas que tem acenado a nomes latinos, Bad Bunny fez a americana Taylor Swift dançar com músicas como “Después de la Playa”. No final, berrou “viva a música latina” para a plateia.

Ele depois ganharia o prêmio de melhor álbum de música latina por “Un Verano Sin Ti” com um discurso feito majoritariamente em espanhol. “Isso faz eu me sentir agradecido. Fiz esse álbum com amor, paixão, e nada mais, e quando você faz as coisas assim a vida fica mais fácil. Obrigada a todos os latinos do mundo”, disse.

A noite correu sem grandes surpresas -com exceção do prêmio de música do ano para Bonnie Raitt- com artistas que dominaram paradas, serviços de streaming e TikToks mundo afora sendo coroados. O primeiro deles foi Harry Styles, que levou o primeiro prêmio da noite -de melhor álbum pop vocal, por “Harry’s House”. “Foi a melhor experiência da minha vida”, disse no palco.

O cantor depois apresentou o principal single do disco, “As It Was”, música com a qual disputava três estatuetas na noite. Foi uma apresentação morna, ao contrário de outras escaladas para a noite.

Stevie Wonder e Smokey Robinson, por exemplo, animaram a plateia de celebridades com músicas como “Higher Ground”, numa performance que homenageou a Motown, gravadora que ajudou a pavimentar a black music nos anos 1960. Lizzo exalou autoestima ao cantar “Special”, uma das faixas do seu disco homônimo indicado à categoria de álbum do ano. Foi uma performance elegante, marcada por seu vozeirão.

Outro destaque foi a apresentação de “Unholy”, de Sam Smith e Kim Petras, que mais cedo haviam levado a estatueta de melhor performance pop solo ou grupo pela canção –a primeira dada nesta categoria a uma pessoa trans, Petras apontou. Quem introduziu os artistas foi Madonna, a quem Petras agradeceu pelo apoio à comunidade LGBTQIA+.

“Preparados para controvérsia? A todos os perturbadores, a coragem de vocês não passa despercebida. Vocês estão sendo ouvidos, vocês são apreciados”, disse Madonna. Smith cantou vestido de diabo, enquanto Petras dançava numa gaiola sob uma forte luz vermelha.

Outra vitória celebrada foi a de Kendrick Lamar, cujo elogiado “Mr. Morale & the Big Steppers” foi eleito álbum de rap do ano. “Acho que eu atingi algo próximo à perfeição com este álbum”. O rapper foi indicado a oito categorias neste ano.

Os brasileiros, no entanto, já haviam aparecido no evento. Na cerimônia prévia, o grupo de MPB Boca Livre ganhou o prêmio de melhor álbum de pop latino, com “Pasieros”, em que toca ao lado do panamenho Rubén Bladés. E Gal Costa e Erasmo Carlos, dois dos artistas mais celebrados da música brasileira, tiveram suas fotos estampadas na homenagem a pessoas da indústria musical que morreram no último ano.

Veja os indicados ao Grammy 2023

Álbum do ano

ABBA – “Voyage”
Adele – “30”
Bad Bunny – “Un Verano Sin Ti”
Beyoncé – “Renaissance”
Brandi Carlile – “In These Silent Days”
Coldplay – “Music of the Spheres”
Harry Styles – “Harry’s House”
Kendrick Lamar – “Mr. Morale & the Big Steppers”
Lizzo – “Special”
Mary J. Blige – “Good Morning Gorgeous (Deluxe)”

Gravação do ano

“Don’t Shut Me Down,” ABBA
“Easy on Me,” Adele
“Break my Soul,” Beyoncé
“Good Morning Gorgeous,” Mary J. Blige
“You and Me on the Rock,” Brandi Carlile feat. Lucius
“Woman,” Doja Cat
“Bad Habit,” Steve Lacy
“The Heart Part 5,” Kendrick Lamar
“About Damn Time,” Lizzo
“As It Was,” Harry Styles

Música do ano

Adele – “Easy on Me”
Beyoncé – “Break My Soul”
Bonnie Raitt – “Just Like That”
DJ Khaled Featuring Rick Ross, Lil Wayne, Jay-Z, John Legend & Fridayy – “God Did”
Gayle – “ABCDEFU”
Harry Styles – “As It Was”
Kendrick Lamar – “The Heart Part 5”
Lizzo – “About Damn Time”
Steve Lacy – “Bad Habit”
Taylor Swift – “All Too Well (10 Minute Version) (The Short Film)”

Revelação do ano

Anitta
Omar Apollo
Domi & Jd Beck
Muni Long
Samara Joy
Latto
Maneskin
Tobe Nwigwie
Molly Tuttle

Melhor performance solo pop

Adele – “Easy on Me”
Bad Bunny – “Moscow Mule”
Doja Cat – “Woman”
Harry Styles – “As It Was”
Lizzo – “About Damn Time”
Steve Lacy – “Bad Habit”

Melhor performance pop solo ou grupo

ABBA – “Don’t Shut Me Down”
Camila Cabello Featuring Ed Sheeran – “Bam Bam”
Coldplay & BTS – “My Universe”
Post Malone & Doja Cat – “I Like You (A Happier Song)”
Sam Smith & Kim Petras – “Unholy”

Melhor álbum pop vocal

ABBA – “Voyage”
Adele – “30”
Coldplay – “Music of the Spheres”
Harry Styles – “Harry’s House”
Lizzo – “Special”

MELHOR ÁLBUM DANCE/ELETRÔNICA

Beyoncé – “Renaissance”
Bonobo – “Fragments”
Diplo – “Diplo”
Odesza – “The Last Goodbye”
Rüfüs Du Sol – “Surrender”

MELHOR ÁLBUM DE RAP

DJ Khaled – “God Did”
Future – “I Never Liked You”
Jack Harlow – “Come Home the Kids Miss You”
Kendrick Lamar – “Mr. Morale & the Big Steppers”
Pusha T – “It’s Almost Dry”

MELHOR ÁLBUM DE MÚSICA URBANA

Bad Bunny – “Un Verano Sin Ti”
Daddy Yankee – “Legendaddy”
Farruko – “La 167”
Maluma – “The Love & Sex Tape”
Rauw Alejandro – “Trap Cake, Vol. 2”

MELHOR MÚSICA DE R&B

Beyoncé – “Cuff It”
Jazmine Sullivan – “Hurt Me So Good”
Mary J. Blige – “Good Morning Gorgeous”
Muni Long – “Hrs & Hrs”
PJ Morton – “Please Don’t Walk Away”

MELHOR ÁLBUM DE COUNTRY

Ashley McBryde – “Ashley McBryde Presents: Lindeville”
Luke Combs – “Growin’ Up”
Maren Morris – “Humble Quest”
Miranda Lambert – “Palomino”
Willie Nelson – “A Beautiful Time”

VENCEDORES DA PRÉ-CERIMÔNIA

Melhor compilação de trilha sonora para mídia visual: “Encanto”, da Disney, vários artistas

Melhor trilha sonora para mídia visual: “Encanto”, Germaine Franco

Melhor trilha sonora para videogames e mídias interativas: “Assassin’s Creed Valhalla: Dawn Of Ragnarok”, Stephanie Economou

Melhor gravação remixada: About Damn Time (Purple Disco Machine Remix), Purple Disco Machine, remixer (Lizzo)

Melhor álbum de áudio imersivo: “Divine Tides”, Stewart Copeland e Ricky Kej

Melhor engenharia de som para álbum, não clássico: “Harry’s House”, Harry Styles

Melhor arranjo instrumental ou a capella: “Scrapple From The Apple”, Magnus Lindgren, John Beasley & The SWR Big Band Featuring Martin Aeur

Melhor composição instrumental: “Refuge”, Geoffrey Keezer

Melhor arranjo de instrumentos e vocais: Vince Mendoza, “Songbird”

Melhor álbum de new age: “Mystic Mirror”, White Sun
Best Improvised Jazz Solo: “Endangered Species”, Wayne Shorter & Leo Genovese

Melhor álbum de jazz vocal: “Linger Awhile”, Samara Joy

Melhor álbum de jazz instrumental: “New Standards, Vol. 1”, Terri Lyne Carrington, Kris Davis, Linda May Han Oh, Nicholas Payton & Matthew Stevens

Melhor álbum de grupo de grande formação de jazz: “Generation Gap Jazz Orchestra”, Steven Feifke, Bijon Watson & Generation Gap Jazz Orchestra

Melhor álbum de música infantil: “The Movement”, Alphabet Rockers

Melhor audiolivro, narração ou gravação narrativa: “Finding Me”, Viola Davis

Melhor performance R&B: “Hrs & Hrs”, Muni Long

Melhor álbum de R&B Progressivo: “Gemini Rights”, Steve Lacy

Melhor álbum R&B: “Good Morning Gorgeous”, Mary J. Blige

Melhor performance de R&B tradicional: “Plastic off the Sofa”, Beyoncé

Melhor álbum pop vocal tradicional: “Higher”, Michael Bublé

Melhor gravação Dance/Eletrônica: “Break my Soul”, Beyoncé

Melhor engenharia de som em álbum não-clássico: “Harry’s House”, Harry Styles

Melhor performance de rap: “The Heart Part 5”, Kendrick Lamar

Melhor música de rap: Kendrick Lamar – “The Heart Part 5”

Melhor performance melódica de rap: “Wait for U”, Future Featuring Drake & Tems

Melhor performance de heavy metal: “Degradation Rules”, Ozzy Osbourne Featuring Tony Iommi

Melhor álbum de rock: “Patient Number 9”, Ozzy Osbourne

Melhor performance de rock: “Broken Horses”, Brandi Carlile

Melhor música de rock: “Broken Horses”, Brandi Carlile

Melhor álbum de pop latino: “Pasieros”, Rubén Blades & Boca Livre

Melhor performance de música alternativa: “Chaise Lounge”, Wet Leg

Melhor álbum de música alternativa: Wet Leg, Wet Leg

Melhor álbum latino de rock ou alternativo: “Motomami”, Rosalía

Melhor performance de country solo: “Live Forever”, Willie Nelson

Melhor música de country: ‘Til You Can’t , Cody Johnson

Melhor performance country em dupla ou grupo: “Never Wanted to Be That Girl”, Carly Pearce & Ashley McBryde

Melhor álbum bluegrass: “Crooked Tree”. Molly Tuttle & Golden Highway

Melhor álbum de reggae: “The Kalling”, Kabaka Pyramid

Melhor performance de música global: “Bayethe”, Wouter Kellerman, Zakes Bantwini & Nomcebo Zikode

Melhor álbum de música global: “Sakura”, Masa Takumi

Melhor álbum de música mexicana regional: “Un Canto por México – El Musical”, Natalia Lafourcade

Melhor encarte: “Beginningless Beginning”, Tamsui-Kavalan Chinese Orchestra

Melhor box ou pacote em edição limitada: “In and Out of the Garden: Madison Square Garden ’81, ’82, ’83”, The Grateful Dead

Melhor texto em encarte de álbum: “Yankee Hotel Foxtrot (20th Anniversary Super Deluxe Edition)”, Wilco

Melhor álbum histórico: “Yankee Hotel Foxtrot (20th Anniversary Super Deluxe Edition)”, Wilco

Melhor álbum tradicional de blues: “Get on Board”, Taj Mahal & Ry Cooder

Melhor álbum de blues contemporâneo: “Brother Johnny”, Edgar Winter

Melhor álbum de música regional: “Live at the 2022 New Orleans Jazz & Heritage Festival”, Ranky Tanky

Melhor canção/performance gospel: “Kingdom”, Maverick City Music & Kirk Franklin

Melhor canção/performance cristã contemporânea: “Fear Is Not

My Future”, Maverick City Music & Kirk Franklin

Melhor álbum gospel: “Kingdom Book One (Deluxe)”, Maverick City Music & Kirk Franklin

Melhor álbum de música cristã contemporânea: “Breath”, Maverick City Music

Melhor álbum de gospel de raiz: “The Urban Hymnal”, Tennessee State University

Melhor performance orquestral: “Works by Florence Price, Jessie Montgomery, Valerie Coleman”, New York Youth Symphony

Melhor gravação de ópera: “Blanchard: Fire Shut Up in My Bones”, The Metropolitan Opera Orchestra & The Metropolitan Opera Chorus

Melhor performance de coral: “Born”, The Crossing

Melhor performance de música de câmara/pequena formação: “Caroline Shaw: Evergreen”, Attacca Quartet

Melhor performance instrumental clássica solo: “Letters for the Future”, Time for Three, The Philadelphia Orchestra & Xian Zhang

Melhor álbum solo clássico vocal: ” Voice of Nature: The Anthropocene”, Renée Fleming & Yannick Nézet-Séguin

Melhor compêndio clássico: “An Adoption Story”, Kitt Wakeley

Melhor composição contemporânea clássica: “Puts: Contact”, Time for Three, The Philadelphia Orchestra & Xian Zhang

Melhor engenharia de som em álbum clássico: “Mason Bates: Philharmonia Fantastique: The Making of the Orchestra”, Edwin Outwater & Chicago Symphony Orchestr

Produtor do ano – clássico: Judith Sherman

Melhor álbum instrumental contemporâneo: “Empire Central”, Snarky Puppy

Melhor álbum de jazz latino: “Fandango at the Wall in New York”, Arturo O’Farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra Featuring The Congra Patria Son Jarocho Collective

Melhor álbum latino tropical: “Pa’lla Voy”, Marc Anthony

Melhor performance americana de raiz: “Stompin’ Ground”, Aaron Neville & The Dirty Dozen Brass Band

Melhor música americana de raiz: “Just Like That”, Bonnie Raitt

Melhor performance em americana: “Made Up Mind”, Bonnie Raitt

Melhor álbum de comédia: “The Closer”, Dave Chappelle

Melhor álbum de teatro musical: “Into the Woods (2022 Broadway Cast Recording)”, ‘Into the Woods’ 2022 Broadway Cast

Melhor álbum de poesia faladas: “The Poet Who Sat By The Door”, J. Ivy

Melhor álbum folk: “Revealer”, Madison Cunningham

Melhor clipe musical: “All Too Well: The Short Film”, Taylor Swift

Melhor filme musical: “Jazz Fest: A New Orleans Story”

Compositor do ano, não-clássico: Tobias Jesso Jr.

Produtor do ano, não-clássico: Jack Antonoff