Com o aumento da procura por testes para diagnóstico de gripe e rémedios, esses itens estão começando a faltar. De acordo com o que disse em entrevista à CNN o médico infectologista Celso Granato, coordenador clínico do grupo Fleury, este cenário pode ser agravado no Brasil se a demanda continuar alta.

Segundo o doutor, para efeito de comparação, em dezembro de 2020 foram feitos 300 testes para gripe no grupo Fleury. Neste ano, já são mais de 13 mil.

Granato explicou que essa variante do vírus, o H3N2, não é exatamente nova, mas é diferente da que circulava nos últimos anos.

A nova cepa foi isolada inicialmente na cidade de Darwin, na Austrália, e não faz parte da vacina que está sendo administrada neste ano, desde abril. Essa identificação só aconteceu ao longo de 2021, fazendo com que apenas o imunizante de 2022 esteja atualizado.

Mesmo assim, de acordo com Granato, é necessário atualizar a vacina contra a gripe, mas a melhor proteção é continuar utilizando máscaras, higienizar as mãos e manter o distanciamento social, medidas que foram relaxadas com a diminuição nos índices de Covid-19 no país.

“As pessoas deixaram de usar máscara e fazer as prevenções contra a Covid. Começaram a ficar mais tranquilas, se aglomerar e isso facilitou a disseminação de um vírus que estava presente na população, mas em quantidade menor”, afirmou o doutor. “Agora, existe a ‘vacina universal’: máscara, lavar a mão, evitar aglomeração, evitar ambiente fechado. Assim, estará evitando Covid e gripe”, complementou.

Covid ou gripe?

Segundo o médico infectologista, existem algumas diferenças clínicas entre as doenças, embora alguns sintomas sejam parecidos.

Granato explica que sintomas como febre alta, de até 40°, dores musculares intensas e diarréia podem acontecer quando infectado pelo coronavírus, mas são muito mais comuns na gripe.

Assim, é importante fazer o teste para identificar com qual vírus está infectado, pois, segundo Granato, o remédio Tamiflu, que tem como nome genérico Oseltamivir, utilizado na recuperação da gripe, não serve para a Covid-19.

O Oseltamivir, de acordo com Granato, deve ser tomado nos primeiros dias de sintomas quando diagnosticado com gripe.

Ele recomenda fazer, primeiramente, o teste para gripe. Com o negativo, fazer um teste para a Covid-19.

“Ideal que a pessoa passe no clínico, principalmente quem tem comorbidades, como diabéticos, quem tem doenças do coração, fumantes. Essas pessoas podem ter complicações, seja com Covid, mas também pela gripe. Principalmente pneumonia, que provavelmente precisa ser medicada com antibióticos”, afirma o doutor.

“Não se deve dar antibiótico para gripe ou Covid, mas para pneumonia bacteriana, que precisa de prescrição médica”, conclui.

Por fim, Celso Granato ressaltou a importância de se vacinar contra a Covid-19, pois, principalmente com a chegada da variante Ômicron, a maior proteção só é atingida com a dose de reforço.

Fonte: CNN Brasil