A pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (23), que a desistência de João Doria (PSDB) na corrida pelo Palácio do Planalto era, “de alguma forma, esperada”.

A senadora pelo Mato Grosso do Sul buscou ressaltar também que aposta na união interna do MDB e da chamada terceira via para chancelá-la como nome do grupo à Presidência nas eleições de outubro.

Em entrevista coletiva após agenda em Cuiabá, no Mato Grosso, Tebet declarou que ela e aliados foram “positivamente surpreendidos” com a saída de Doria. No entanto, disse que já esperava essa decisão, ainda que não agora.

“Fomos, sim, surpreendidos. Positivamente surpreendidos, mas [a desistência] era, de alguma forma, esperada. Tenho pelo João Doria a mais profunda amizade, nós somos colegas e amigos. Estávamos em uma disputa equilibrada, democrática, onde conversávamos frequentemente e sempre num alto nível”, disse Tebet.

“A surpresa foi pelo horário, simplesmente pela data. Então, só tenho a agradecer a grandeza e a generosidade do governador João Doria de perceber que o momento é um momento de união e que nós temos que estar, os três partidos – o MDB, PSDB e Cidadania –, dentro dessa frente democrática para que possamos, a partir de então buscarmos outros parceiros para esse grande projeto de reconstrução do Brasil”, acrescentou.

Questionada se acredita que os votos dos simpatizantes de Doria vão migrar para sua candidatura, Tebet falou que “isso o tempo dirá”. Porém, afirmou estar “extremamente confiante, especialmente na união” do MDB com o PSDB e o Cidadania, que vão se juntar numa federação.

A parlamentar ainda afirmou que vai conversar com Doria, inclusive para que ele dê sugestões para o programa de governo emedebista a ser elaborado, e que o ex-governador “vai ser sempre lembrado como aquele que antecipou a vacina no braço do povo brasileiro”.

Apesar de ter a candidatura reforçada com a desistência de Doria, ela citou que “não está nada oficializado”. A expectativa de Tebet é que seu nome como candidata do MDB, PSDB e Cidadania seja ratificado nesta semana.

Embora Tebet conte com o apoio da cúpula do MDB para se lançar candidata à Presidência, nem todos os correligionários estão ao lado da senadora ainda.

Parte do partido tende a apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, enquanto parte tende a se aproximar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca voltar ao Planalto.

Simone afirmou ser preciso “respeitar essa regionalidade” de colegas que eventualmente apoiem outro nome que não o dela. Porém, procurou demonstrar que confia na união do MDB até a convenção partidária, prevista para julho ou agosto.

“É natural que não tenhamos a unanimidade, mas nós vamos ter a unidade do partido na convenção [partidária]. Nós temos pelo menos 80% do diretório conosco. […] O MDB terá candidatura própria, não tenho dúvida.”

Tebet expôs que, em novembro do ano passado, por exemplo, havia sete pré-candidatos da chamada terceira via e argumentou que até ela não sabia se seria o principal nome do grupo ao Planalto. Agora, com a saída de Doria e outras desistências, disse começar uma nova etapa de conversas com políticos que antes não acreditavam no projeto da terceira via.

“No meio do caminho o presidente do Congresso [Rodrigo Pacheco] deixou de ser candidato. O ex-juiz Sergio Moro deixou de ser candidato. O ex-ministro da Saúde deixou de ser candidato. Chegamos no final com duas pré-candidaturas. A minha e a do ex-governador João Doria. Agora é outro processo. Um processo de novo de dialogar e conversar com aqueles colegas, com aquelas personalidades, com a classe política, que até então não acreditavam nesse projeto”, finalizou.

Fonte: CNN Brasil