As sanções anunciadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia não devem impedir uma possível ofensiva russa na Ucrânia. A avaliação é do professor de Relações Internacionais na Universidade de São Paulo (USP) Felipe Loureiro, em entrevista à CNN.

“Não me parece que essas sanções, mesmo passando para um nível mais significativo, vão conseguir impedir o estado russo de realizar os atos que aparentemente vai realizar na Ucrânia, de desrespeito à soberania ucraniana”, afirmou Loureiro.

Segundo o especialista, embora as sanções sejam um mecanismo importante nas relações diplomáticas, a economia russa avançou e possui “resiliência” a tal estratégia.

Na avaliação de Loureiro, o posicionamento da China pode ser fundamental nas decisões do presidente russo, Vladimir Putin. Caso firme uma aliança com a Rússia, o país poderia ajudar a furar o bloqueio mundial e causar um “terremoto na geopolítica global”.

“É muito significativo que na carta conjunta, na declaração conjunta do Xi Jinping e do Putin, a China manifesta de maneira inédita, pela primeira vez, apoio à narrativa russa de que a expansão da Otan representa uma ameaça à segurança russa”, contextualizou o internacionalista.

Em relação ao Brasil, Loureiro avalia como positivo o posicionamento frente ao conselho de segurança.

“O posicionalmente oficial do Itamaraty e do nosso representante junto ao Conselho de Segurança da ONU me parece o posicionamento correto que o Brasil deve adotar. No sentido de defender solução pacífica para as controvérsias e, o mais importante o respeito ao direito internacional.”

Fonte: CNN Brasil