O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que se a Ucrânia recusar “a ideia de ingressar na Otan”, isso “contribuiria significativamente para a formulação de uma resposta mais significativa às preocupações russas”, declarou em resposta às declarações feitas pelo embaixador da Ucrânia em Londres no fim de semana.

Vadym Prystaiko, o embaixador ucraniano no Reino Unido, sugeriu que o país pode reconsiderar suas ambições de ingressar na Otan em um esforço para evitar a guerra.

Prystaiko esclareceu seus comentários na segunda-feira (14), dizendo que seu país está “pronto para muitas concessões”, mas acrescentou que essas concessões “não têm nada a ver com a Otan, que está consagrada na constituição [ucraniana]”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, esclareceu ainda mais a posição de seu país nesta segunda-feira (14), dizendo: “Gostaria de repetir que essas palavras [de Prystaiko] são ruins. A perspectiva da adesão da Ucrânia à Otan está consagrada na Constituição e não há decisões podem ser tomadas ao contrário.”

Solicitado a responder às observações de Prystaiko, Peskov disse: “Você [o repórter] também chamou a atenção para o fato de que Kiev foi solicitada a esclarecer o embaixador. Isso dificilmente pode ser percebido como um fato consumado – uma mudança na mudança conceitual da política externa de Kiev”.

Questionado se tal passo hipotético satisfaria o Kremlin, Peskov disse: “Sem dúvida. Algo fixo, confirmando a recusa da Ucrânia à ideia de aderir à Otan. Este é certamente um passo que contribuiria significativamente para a formulação de uma resposta mais significativa às preocupações russas”.

A Rússia argumenta que o apoio da Otan à Ucrânia – incluindo o aumento do fornecimento de armas e treinamento militar – constitui uma ameaça crescente no flanco ocidental da Rússia.

Diplomacia em curso

Peskov também disse a jornalistas que o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirá com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, na segunda-feira.

Isso ocorre depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falar com Putin por cerca de uma hora no sábado, mas pouco fez para mudar a posição de Moscou sobre a Ucrânia.

Um alto funcionário do governo disse a repórteres após a ligação que a discussão era substantiva, mas os EUA temem que a Rússia ainda possa lançar um ataque militar de qualquer maneira.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou na sexta-feira os países ocidentais e a imprensa de espalhar uma “campanha de desinformação em larga escala” sobre uma invasão russa supostamente iminente da Ucrânia “para desviar a atenção de suas próprias ações agressivas”.

O chanceler alemão Olaf Scholz está em uma nova tentativa de resolver as tensões entre a Rússia e a Ucrânia por meio da diplomacia. Ele está reunido com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Palácio Mariinsky, em Kiev.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil