O presidente russo Vladimir Putin vai liderar as comemorações do aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista nesta segunda-feira (9), enquanto forças russas combatem ucranianos em um dos conflitos europeus mais mortíferos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, há 77 anos.

Putin, líder supremo da Rússia desde 1999, tem usado nos últimos anos o Dia da Vitória para alfinetar o Ocidente de uma tribuna na Praça Vermelha antes de um desfile de tropas, tanques, foguetes e mísseis balísticos intercontinentais.

Uma passagem sobre as nove cúpulas da Catedral de São Basílio incluirá caças supersônicos, bombardeiros estratégicos e, pela primeira vez desde 2010, o avião de comando Il-80 “doomsday”, que levaria o alto escalão da Rússia no caso de um ataque nuclear.

Putin repetidamente comparou a guerra na Ucrânia – que ele descreve como uma batalha contra perigosos nacionalistas “nazistas” – ao desafio que a União Soviética enfrentou quando Adolf Hitler invadiu em 1941.

“Nosso dever comum é impedir o renascimento do nazismo, que trouxe tanto sofrimento para pessoas de diferentes países”, disse Putin em mensagem aos povos de 12 ex-repúblicas soviéticas, incluindo Ucrânia e Geórgia.

A Ucrânia e seus aliados rejeitam a acusação de nazismo na Ucrânia e que a Rússia está lutando pela sobrevivência contra um Ocidente agressivo, dizendo que o líder do Kremlin desencadeou uma guerra não provocada na tentativa de reconstruir a União Soviética.

Putin, que repetidamente expressou ressentimento pela forma como o Ocidente tratou a Rússia após a queda da União Soviética em 1991, diz que a Ucrânia tem sido usada pelos Estados Unidos para ameaçar seu país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou a invasão da Ucrânia por Putin como uma luta em uma batalha global muito mais ampla entre democracia e autocracia e repetidamente chamou Putin de criminoso de guerra. Em um discurso em Varsóvia em março, Biden disse que o ex-espião da KGB não pode permanecer no poder.

A Rússia nega as acusações ucranianas e ocidentais de que suas forças cometeram crimes de guerra desde a invasão de 24 de fevereiro.

A União Soviética perdeu 27 milhões de pessoas na Segunda Guerra Mundial, incluindo milhões na Ucrânia, mas acabou empurrando as forças nazistas de volta para Berlim, onde Hitler cometeu suicídio e a bandeira vermelha da vitória soviética foi erguida sobre o Reichstag em 1945.

Ao lado da derrota do imperador francês Napoleão Bonaparte em 1812, a derrota da Alemanha nazista é o triunfo militar mais reverenciado dos russos, embora ambas as invasões catastróficas do oeste tenham deixado a Rússia profundamente sensível sobre suas fronteiras ocidentais.

O Dia da Vitória é um feriado quase sagrado para os russos, pois a maioria das famílias soviéticas lamentou as perdas. Para os russos, a memória coletiva da guerra é um dos poucos eventos incontroversos em uma história tumultuada dividida por disputas.

Embora Putin tenha tentado deter o declínio das outrora poderosas forças armadas russas, o conflito na Ucrânia ilustrou a fraqueza das forças armadas do país. As perdas não são divulgadas publicamente, mas a Ucrânia diz que as perdas russas são piores do que os 15.000 soviéticos mortos na guerra soviético-afegã de 1979-1989.

Fonte: CNN Brasil