O papa Francisco pediu neste domingo (30) à Rússia que reverta sua decisão de abandonar o acordo de grãos do Mar Negro, segundo o qual permitiu à Ucrânia exportar grãos de seus portos marítimos, apesar da guerra em andamento no Leste Europeu.

“Apelo aos meus irmãos, às autoridades da Federação Russa, para que a iniciativa do Mar Negro seja retomada e os grãos transportados com segurança”, disse o pontífice durante sua mensagem semanal do Angelus.

VÍDEO – Putin promete envio gratuito de grãos a africanos

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Os preços globais do trigo dispararam desde que a Rússia abandonou o tratado no último dia 17 e começou a visar os portos ucranianos e a infraestrutura de grãos no Mar Negro e no rio Danúbio.

O pacto havia sido negociado pelas Nações Unidas e pela Turquia em julho de 2022.

Dirigindo-se à multidão na Praça de São Pedro, o papa encorajou os fiéis a continuarem rezando “pela martirizada Ucrânia, onde a guerra está destruindo tudo, até os grãos”, chamando isso de “um grave insulto a Deus”.

O líder dos quase 1,4 bilhão de católicos do mundo disse que “o grito de milhões de irmãos e irmãs que sofrem de fome está subindo ao céu”.

A Rússia saiu do acordo do Mar Negro após dizer que suas exigências para aliviar as sanções sobre suas próprias exportações de grãos e fertilizantes não foram atendidas. Moscou também reclamou que não chegavam grãos suficientes aos países pobres.

Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu-se para fornecer grãos à África, alguns deles de graça, mas o presidente da União Africana, Azali Assoumani, respondeu que isso “pode ​​não ser suficiente”.

Desde que o conflito na Ucrânia estourou no ano passado, Francisco condenou repetidamente a invasão russa, mas também procurou manter um canal aberto de comunicação com Moscou, com resultados limitados.

Em maio, ele encarregou o chefe da conferência dos bispos italianos, o cardeal Matteo Zuppi, de atuar como enviado de paz. Até o momento, Zuppi esteve em Kiev, Moscou e Washington e está trabalhando na repatriação de crianças russas e áreas controladas pela Rússia para a Ucrânia.

Fonte: CNN Brasil