O Palmeiras tem uma ação na Justiça cobrando R$ 127,9 milhões da Real Arenas, empresa da WTorre responsável por administrar o Allianz Parque. O clube alega que a parceira na administração do estádio não faz o repasse de parte das receitas, o que estaria previsto em contrato.

De acordo com informações divulgadas inicialmente pelo globoesporte, os valores foram transferidos para os cofres do Verdão apenas sete meses entre 2014 e 2015.

Desde então, a WTorre não estaria repassando os valores ao Palmeiras. O contrato entre os parceiros, selado antes mesmo da construção do Allianz Parque, prevê que o percentual das receitas que teriam que ir para o clube vai aumentando ao longo dos anos.

Neste momento, o Verdão teria direito a 25% do que for arrecadado com a locação do estádio para eventos, incluindo vendas de lanchonete e estacionamento. Sobre o naming rights, além de comercialização de camarotes e cadeiras, teria que ser 10% da quantia total.

A parceria entre WTorre a Palmeiras vai até 2024. A empresa também está ligada à construção do novo estádio do Santos.

WTorre e Cruzeiro

Acionada pelo Palmeiras na Justiça por não fazer os repasses, a WTorre tem um contrato com o Cruzeiro e responsável por ajudar na definição de estratégias sobre onde o clube deve mandar seus jogos.
Além disso, o grupo está interessado em assumir a gestão do Mineirão, o que também interessa ao clube celeste. Embora o contrato com a Minas Arena com o Estado de Minas Gerais ainda esteja vigente, há a possibilidade de rompimento mediante ao pagamento de indenização.

“A WTorre Entretenimento tem prestado consultoria para o Cruzeiro no apoio para a definição de estratégias, que podem incluir inclusive a operação pela empresa no local a ser escolhido pelo clube para jogar. Em relação ao consórcio Minas Arena, há uma relação amigável e reconhecimento por sua história. O Grupo WTorre pauta sua atuação no respeito por todos os acordos de concessão firmados com toda e qualquer empresa privada no Brasil”, diz a nota da WTorre enviada à reportagem.

Multa por eventual rompimento

Um eventual rompimento do contrato por parte do estado com a Minas Arena implicará em multa estimada entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. Uma nova concessionária teria que arcar com esse valor para assumir a gestão do Mineirão.
O rompimento unilateral do contrato pelo estado está previsto na Lei nº 8.987, que trata das Concessões Públicas, mas exigiria que o governo indenizasse a Minas Arena à vista – o recurso viria justamente de uma nova concessão.

Desde 2013, o estado já repassou à Minas Arena mais de R$ 1 bilhão como indenização pelos investimentos na reconstrução e na administração do Mineirão. Até o fim do contrato de concessão, com duração total de 27 anos, há a previsão de mais de R$ 800 milhões em parcelas mensais. A atualização do valor é feito pela taxa Selic.

O contrato da Minas Arena para administração do Mineirão vai até 2037.

Este conteúdo foi criado originalmente em Itatiaia.

versão original

Fonte: CNN Brasil