A OceanGate Expeditions, que operava o submersível que desapareceu no último domingo em expedição para ver os destroços do Titanic, se desviou das normas da indústria ao recusar uma revisão voluntária e rigorosa de segurança da embarcação conhecida como “Titan”, de acordo com um líder da indústria.

Se a OceanGate tivesse buscado uma revisão de certificação, “parte disso poderia ter sido evitada”, disse Will Kohnen, da Marine Technology Society, à CNN na quarta-feira (21).

Kohnen é presidente de um comitê do grupo e descreveu à CNN uma conversa de 2018 que teve com o fundador da OceanGate, Stockton Rush, abordando as preocupações da sociedade.

“Concordamos em discordar”, disse Kohnen.

Kohnen redigiu uma carta para Rush em nome do grupo que descrevia as preocupações.

“Você está assumindo muitos riscos e o risco que está assumindo pode afetar toda a indústria”, disse Kohnen, caracterizando suas preocupações na época.

“Temos um histórico muito bom de segurança e, se algo acontecer, será um grande impacto para apenas… nosso histórico de segurança, e todos se preocupam com isso.”

“Dissemos a ele que deveria considerar a certificação”, disse Kohnen, descrevendo a certificação como o “padrão ouro” para segurança.

Em uma postagem de blog de 2019 no site da OceanGate, a empresa disse que as agências de classificação “não garantem que os operadores sigam procedimentos operacionais e processos de tomada de decisão adequados – duas áreas que são muito mais importantes para mitigar riscos no mar”.

“A grande maioria dos acidentes marítimos [e aéreos] são resultado de erro do operador, não falha mecânica”, afirmou.

“Existem 10 submarinos no mundo que podem atingir cerca de 4.000 metros ou mais fundo”, disse Kohnen. “Todos eles são certificados, exceto o submersível Oceangate.”

Ele também disse que um farol funcionando no navio ajudaria os pesquisadores a encontrá-lo mais rapidamente “para que alguém pudesse se direcionar naquela direção”.

A OceanGate não respondeu a um pedido da CNN para comentar a carta, que foi obtida pela CNN e relatada pela primeira vez pelo New York Times.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte: CNN Brasil