Em entrevista exclusiva à CNN nesta quarta-feira (11), Rodrigo Rocca, advogado de Anderson Torres, afirmou que não há previsão para o retorno do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal ao Brasil, mas que a ordem de prisão contra ele será cumprida “o quanto antes”.

O representante destacou que foi informado ao ministro Alexandre de Moraes que está sendo providenciada a volta ao país, mas ressaltou uma falha na aviação norte-americana nesta quarta, que paralisou parte do tráfego aéreo no país por algumas horas e cancelou voos.

Torres foi exonerado do cargo no domingo (8), enquanto aconteciam os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) está nos Estados Unidos “de férias”, tendo viajado dias antes dos atos criminosos.

Ele foi acusado de ser conivente e omisso com os ataques, o que Rocca refuta.

“Não há a menor parcela de culpa que possa ser atribuída ao ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro de Justiça Anderson Torres, porque ele cumpriu rigorosamente todo o protocolo com termo assinado dois dias antes da previsão do primeiro ato, que até então sequer se sabia como seriam esses atos”, explica.

Conforme noticiou Caio Junqueira, analista de Política da CNN, Torres montou um “pool” de advogados para defendê-lo. Também foi requisitado que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconsidere o mandado de prisão.

“Ponderamos e mostramos o quadro completo, ou seja, que não houve qualquer tipo de omissão [de Torres], que a viagem aos Estados Unidos já estava marcada, com bilhetes emitidos em 21 de novembro”, destacou o advogado.

Protocolo de ações integradas

Ainda segundo o advogado, foi assinado um protocolo de ações integradas entre a secretaria e diversos órgãos, incluindo o STF, a Polícia Militar e outros.

“Dados foram devidamente distribuídos e comunicados a todos os órgãos que participaram e firmaram o protocolo de ações integradas, de maneira que a competência, ou melhor, o que cabia à secretaria de segurança foi feito em tempo e muito bem feito”, ponderou.

Ele ressaltou que as informações sobre os atos foram levantadas em tempo e levadas ao policiamento. Além disso, o ex-secretário teria determinado que “se procedesse da forma regimental se houvesse a demanda necessária para isso”.

Ao mesmo tempo, Rocca destacou que “a maneira de execução” caberia aos órgãos competentes.

Suposto encontro com Bolsonaro

“Uma viagem não teve nada a ver com a outra”

Caio perguntou se ele não deveria ter ficado em BSB, pq as férias seriam só na segunda. Advg disse que não haveria expediente no final de semana

“Não havia o que se temer nesse sentido” – esgotaram as possibilidades que cabiam à secretaria

Fonte: CNN Brasil