O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Anderson Torres preste depoimento para a Polícia Federal (PF) sobre a operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022.

Ele será ouvido na segunda-feira (24), na sede da corporação, em Brasília, às 14h.

São apuradas supostas blitze em estados e cidades onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha mais vantagem pelas pesquisas eleitorais e votos do primeiro turno.

A PF investiga uma viagem feita pelo ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) à Bahia pouco tempo antes do segundo turno das eleições presidenciais em outubro de 2022.

A viagem ocorreu após a elaboração de um documento de inteligência do ministério que contém um mapa detalhado dos locais onde o então candidato e atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o primeiro turno do pleito.

O ex-ministro está preso desde 14 de janeiro, suspeito de omissão pelos atos criminosos de 8 de janeiro, no Distrito Federal.

Segundo fontes da PF ouvidas pela CNN, o documento sugere que o objetivo da viagem de Anderson Torres era impedir que eleitores dessas regiões alcançassem seus locais de votação e participassem do segundo turno, no dia 30 de outubro.

Apuração interna da PRF

Nesta quarta-feira (19), a direção da PRF anulou o arquivamento de parte de investigações sobre a atuação da corporação no dia 30 de outubro do ano passado.

A apuração foi retomada porque a PRF encontrou lacunas técnicas na antiga investigação e fatos novos vinculados ao agora ex-corregedor da corporação, exonerado na semana passada.

O então corregedor-geral da corporação, Wendel Benevides Matos — indicado pela gestão Bolsonaro –, determinou o arquivamento parcial do inquérito. O argumento era de que não foram constatadas irregularidades em todas as regiões e apenas em cinco estados deveriam seguir com apurações sobre as blitze.

Nesse processo, Silvinei Vasquez, então diretor-geral da PRF e responsável pela operação com os bloqueios nas rodovias, é investigado. Segundo apurou a CNN, integrantes da nova cúpula afirmam acreditar que o ex-corregedor teria poupado o ex-diretor no processo.

*com informações de Elijonas Maia, da CNN

*publicado por Tiago Tortella, da CNN

Fonte: CNN Brasil