Desafiando as fortes chuvas, milhares de israelenses se juntaram às manifestações neste sábado (4) pela quinta semana consecutiva, contra os planos de reforma judicial promovidos pelo novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Os manifestantes dizem que as mudanças ameaçarão os freios e contrapesos democráticos dos ministros pelos tribunais, e acusam Netanyahu de tentar escapar de um processo legal contra ele. Netanyahu está sendo julgado por acusações de corrupção.

Os planos, que o governo diz serem necessários para conter o excesso de juízes ativistas, atraíram forte oposição de grupos da sociedade, incluindo advogados, e levantaram preocupações entre os líderes empresariais, ampliando as já profundas divisões políticas em Israel.

“Estou aqui esta noite protestando contra a transição de Israel, de uma democracia para uma autocracia”, disse Dov Levenglick, um engenheiro de software, à Reuters.

“O primeiro-ministro, que deveria estar se concentrando em seu julgamento, está se concentrando em arrastar Israel para algum tipo de autocracia totalitária, tudo a seu serviço. É uma desgraça, não deve durar”, completou.

Netanyahu minimizou os protestos, tratando-os como uma recusa dos oponentes de esquerda em aceitar os resultados da eleição de novembro.

Os manifestantes dizem que o futuro da democracia de Israel está em jogo se o governo conseguir aprovar os planos, o que fortaleceria o controle político sobre as nomeações judiciais e limitaria os poderes da Suprema Corte para derrubar decisões do governo.

Além de ameaçar a independência dos juízes e enfraquecer a supervisão do governo e do parlamento, os manifestantes dizem que os planos minarão os direitos das minorias e abrirão as portas para mais corrupção.

Fonte: CNN Brasil