Mais de 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia cruzaram a fronteira para países vizinhos nos últimos 10 dias, disse neste domingo (6) o comissário da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi.

Em uma publicação no Twitter, Grandi chamou de “a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.

Enquanto isso, o Ministério do Interior da Alemanha disse à CNN que quase 38 mil pessoas chegaram ao país da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Polícia Federal Alemã registrou 37.786 refugiados do país devastado pela guerra até domingo, disse um porta-voz do Ministério do Interior à CNN.

No entanto, dada a ausência de verificações de fronteira entre a Polônia e a Alemanha, o número real de pessoas que chegam pode ser significativamente maior, disse o ministério.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse ao jornal alemão “Bild am Sonntag” que a Alemanha acolherá refugiados que fogem da guerra na Ucrânia, independentemente de sua nacionalidade.

“Queremos salvar vidas. Isso não depende do passaporte”, disse Faeser ao jornal alemão.

Últimas notícias da guerra

Está prevista para este domingo (6) a reabertura dos corredores humanitários para a saída de civis. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia.

Também neste domingo, um posto de retirada de civis foi atingido por disparo perto de Kiev. Ainda não há informações sobre feridos. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.

Diante da troca de acusações sobre um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou neste domingo (6) que ataques a hospitais foram realizados na Ucrânia.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as ofensivas militares aos centros de saúde “causaram várias mortes e feridos”. A entidade ainda afirmou que investiga outros ataques a hospitais na região.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou o diretor-geral da OMS.

Em seu post nas redes sociais, no entanto, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que realiza uma invasão à Ucrânia há 11 dias.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que é o garantidor da evacuação de civis com o cessar-fogo da Rússia contra a Ucrânia, informou que a retirada de pessoas Mariupol e Volnovakha, ambas na Ucrânia, não começou no sábado (5), como havia sido inicialmente anunciado, por causa do conflito.

Ucrânia acusa a Rússia de violar o cessar-fogo e anunciou o adiamento da retirada de civis de Mariupol.

Já o Ministério da Defesa da Rússia alega que “forças russas foram atacadas depois de estabelecer os corredores humanitários” e acusou “nacionalistas ucranianos” de impedir a retirada de civis.

Fonte: CNN Brasil