O banco Inter divulgou nesta sexta-feira (14) que mudou para baixo a sua expectativa para a inflação do Brasil em 2023, passando de 4,75% para 4,6%.

Segundo o relatório, a revisão é motivada pela queda “mais generalizada” da inflação de bens comercializáveis, o que pode resultar em menor variação do índice no segundo semestre.

O banco também diminuiu levemente a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, de 4% para 3,9%.

“A inflação de serviços, que voltou a subir pontualmente em junho, deve continuar em tendência de queda mais lenta até 2024”, diz o relatório assinado pela economista-chefe da instituição, Rafaela Vitória.

[embedded content]

Além disso, o banco também revisou para baixo a taxa de juros para o ano que vem: a projeção passou de 9,5% para 9%.

Para 2023, a expectativa de queda na Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) em agosto foi mantida. O Inter prevê os juros na casa de 12% ao fim deste ano.

“A queda mais acelerada da inflação, juntamente com a revisão das expectativas, deve abrir espaço para o Copom iniciar o corte de juros a partir de agosto. Com divergência de visão no colegiado, acreditamos que o Copom deve iniciar o ciclo com parcimônia e o primeiro corte deve ser de 25 p.p.”, avalia o relatório.

O Inter destaca ainda que, ao fim do ciclo, a taxa de juros pode ser ainda menos, com queda prevista para 8% em 2025, “mas dependerá da evolução do cenário com a execução do arcabouço e redução, de fato, do déficit fiscal”.

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2% para 2023, e 1,5% em 2024.

“O afrouxamento monetário, que se inicia no segundo semestre, deve ter impacto na atividade apenas no próximo ano, e a política monetária deve continuar restritiva por um período longo, mantendo o baixo crescimento esperado para o PIB até 2024”, afirma o relatório.

Cenário externo

Para o Inter, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) deve retomar o ciclo de alta em julho e elevar a taxa para 5,5%.

“Acreditamos que a alta do ‘Fed Fund Rate’ de julho deva ser a última. Apesar da projeção do FOMC ainda apontar para uma elevação em setembro, a evolução dos dados de inflação até lá devem indicar que não haverá necessidade de seguir com o aperto”, conclui o relatório.

Publicado por Amanda Sampaio.

Fonte: CNN Brasil